Ban: "combate ao extremismo pode ser o maior teste do século 21"
Secretário-geral fez a declaração na Cúpula da Casa Branca sobre Combate ao Extremismo Violento, que reúne vários líderes internacionais em Washington; chefe da ONU diz que Daash e Boko Haram são ameaças à paz e à segurança .
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que o grupo Daash, também conhecido como Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, e o movimento Boko Haram representam uma ameaça à paz e à segurança internacionais.
Ban fez a declaração esta quinta-feira na Cúpula da Casa Branca sobre Combate ao Extremismo Violento, que está sendo realizada na capital americana, Washington.
Século 21
O chefe da ONU disse que “lidar com esse desafio de uma forma que resolva e não multiplique o problema talvez seja o maior teste para a humanidade no século 21”.
Segundo Ban, os extremistas têm uma estratégia deliberada para “chocar” as pessoas com decapitações, queimando as vítimas vivas e divulgando vídeos com o objetivo de polarizar e provocar.
Ele afirmou que mulheres e meninas são sujeitas a abusos sistemáticos, entre eles estupros, sequestros, casamento forçado e são usadas também como escravas sexuais.
O secretário-geral declarou que “nenhuma causa ou ressentimento podem justificar esses crimes”.
Ele elogiou a determinação dos Estados-membros para derrotar os grupos terroristas e disse que a comunidade internacional deve fazer o possível para conter essa ameaça.
Medidas
Ban citou quatro medidas que devem ser adotadas para proteger a população e defender a dignidade humana.
Primeiro, é preciso combater o extremismo violento na raiz. O chefe da ONU disse ser necessário olhar para as motivações que levam a essa violência. Ele explicou que “ideologias perigosas não nascem do nada, opressão, corrupção e injustiça são fontes de ressentimento”.
Para Ban, o próximo passo é a promoção dos direitos humanos. Em terceiro, o chefe da ONU disse que os países devem utilizar uma estratégia abrangente.
Ele declarou que “as operações militares são cruciais para confrontar as ameaças. Os mísseis matam terroristas mas a boa governança mata o terrorismo”.
Ban finalizou dizendo que a prevenção ao extremismo violento é um desafio global.
Segundo o secretário-geral, “nenhum país sozinho ou organização, pode derrotar o terrorismo ou o extremismo. Todos devem se unir e preparar uma resposta que respeite a lei internacional humanitária e de direitos humanos.”
Estratégia Global
Ban disse que a Estratégia Global de Contra Terrorismo das Nações Unidas, adotada em 2006, oferece essa plataforma ampla de combate.
Ele lembrou que “muitos anos de experiência provaram que políticas de curta visão, lideranças fracassadas e profundo desprezo pelos direitos humanos causaram muita frustração e raiva”.
Na opinião do chefe da ONU, a comunidade internacional não pode descartar “o compasso moral, é necessário manter a cabeça fria, o bom senso e não permitir nunca que o medo assuma o controle”.