ECA considera alcançável eliminação de ébola até meados de abril
Compromisso foi firmado por Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri em cimeira de líderes da União do Rio Mano; chefe da comissão da ONU quer cancelamento da dívida dos três países mais afetados pela doença.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário executivo da Comissão Económica para a África, ECA, considerou uma meta alcançável o compromisso de líderes da União do Rio Mano de chegar a "zero infeções de ébola em 60 dias, a contar a partir de 15 de fevereiro".
Em nota, Carlos Lopes declarou, entretanto, que para atingir o objetivo são necessários esforços e recursos concertados. O pronunciamento do responsável da comissão foi feito na visita que efectua à Libéria.
Estratégias
Lopes congratulou-se com a declaração dos Chefes de Estado e de Governo da União do Rio Mano emitida após uma Cimeira realizada esta semana.
De acordo com o ECA, o propósito do evento, realizado em Conacri, foi adotar estratégias comuns para acabar com a epidemia na sub-região e atender às necessidades de recuperação socioeconómica pós-ébola .
Ao lembrar que a declaração vem na sequência de vários apelos de líderes africanos, incluindo na mais recente Cimeira da União Africana de janeiro, Lopes elogiou a recente iniciativa do Fundo Monetário Internacional, FMI.
Dívidas
O órgão comprometeu-se a aliviar a dívida da Serra Leoa, Libéria e Guiné Conacri em US$ 100 milhões nos próximos dois anos, através de um Fundo de Assistência e Resposta a Desastres.
Para o chefe da ECA, trata-se de um primeiro passo positivo no processo de cancelamento da dívida, um tema para o qual revelou que tem estado na linha da frente nos apelos nesse sentido.
Estudo
Em 2014, Lopes fez várias deslocações à sub-região, seguidas de um estudo da comissão que dirige para o cancelamento da dívida externa das três nações mais assoladas pelo surto.
Lopes também observou que o cancelamento da dívida externa daria aos três países o espaço necessário para planear a recuperação a longo prazo. Ele disse que a ação do FMI oferece esperança de abrir as portas para acordos semelhantes com outros credores bilaterais e multilaterais.
O chefe da ECA realçou, entretanto, que um alívio real sob a forma de cancelamento da dívida é o que esses países precisam.