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Entrevista: Paulo Giovanni, ex-Rádio Globo, fala sobre Dia Mundial do Rádio

Paulo Giovanni. Foto: Arquivo pessoal

Entrevista: Paulo Giovanni, ex-Rádio Globo, fala sobre Dia Mundial do Rádio

Radialista e publicitário falou à ONU News sobre o começo da carreira e como decidiu deixar o rádio para se dedicar ao marketing.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Paulo Giovanni começou a carreira cedo como contínuo na Rádio Imperial de Petrópolis. Era um funcionário mirim. Na lista de atribuições estavam entregar as correspondências aos comunicadores da emissora, atender telefone e fazer o que fosse preciso na assistência de rádio.

Mas a primeira vez que o menino de pouco menos de 16 anos viu o microfone e um apresentador em ação, algo aconteceu: “...Tinha um locutor chamado S. Borges e na hora do almoço eu ficava conversando com ele. E eu falava:  Borges deixa eu dar a hora. (...) Eu quero aprender, eu quero ser radialista”, lembra.

Pioneirismo

Após alguma hesitação, S. Borges decidiu dar a tão buscada chance ao adolescente, e Giovanni, nervoso, leu a hora errada. “Eu falei”, diz ele com a voz impostada, “em Petrópolis, cinco para uma”, para o desespero do apresentador veterano que conferia no relógio a hora certa: uma e cinco.

Giovanni ri da história até hoje. Mas se o começo da carreira foi marcado por 10 minutos de atraso, o resto da empreitada registrou sinais de precocidade e pioneirismo. Aos 18 anos, ele saía de Petrópolis para o centro do Rio de Janeiro para estrear um programa com seu nome na Rádio Tupi AM, uma das emissoras mais importantes do mercado até hoje.

Logo depois, recebia um convite de um dos maiores homens de rádio na época, Mário Luiz, para apresentar o show Paulo Giovanni na Rádio Globo AM, e tudo isso com pouco mais de 21 anos de idade. Era o mais jovem comunicador da emissora ao lado de nomes consagrados como Haroldo de Andrade  e Luiz de França. Um time respeitado que também acolheu Gilberto Lima, Waldir Vieira e outros radialistas globais.

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Paulo Giovanni. Foto: Arquivo pessoal
Hoje, Paulo Giovanni afirma que o rádio mudou, o que para ele é “bom e natural.” Mas segundo o radialista que migrou para o campo da publicidade e propaganda, o veículo continua sendo importante na hora de anunciar um produto, o que é comprovado nas tabelas de venda da agência de propaganda Leo Burnett Tailor Made, presidida por Giovanni.

Ali, ele exibe uma série de prêmios internacionais como os “leões de ouro” do Festival de Cannes, na França, e uma carteira de clientes estrangeiros como a Disney e a Fiat.

Mas para o publicitário Paulo Giovanni, nada disso seria possível não fosse aquele começo de carreira na Rádio Imperial e todo o aprendizado que obteve na maior lição tirada do veículo: “o saber se comunicar” usando a magia do rádio.