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FAO: lagos e rios são fundamentais para subsistência de milhões

Foto: FAO

FAO: lagos e rios são fundamentais para subsistência de milhões

Conferência global pediu reconhecimento e melhor gestão de pescas continentais; agência defende reconhecimento do valor do conhecimento local e respeito das culturas indígenas.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A pesca em águas continentais, na rede de lagos, de rios e de córregos que fornecem peixes e água doce a milhões de pessoas no mundo, deve ser melhor gerida.

O objetivo seria salvaguardar a sua contribuição para dietas saudáveis e economias, particularmente em países em desenvolvimento.

Recomendações

Esta está entre as principais recomendações de especialistas internacionais que recentemente participaram numa conferência global sobre o assunto em Roma.

O encontro foi coorganizado pela Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, e a Universidade do Estado de Michigan, nos Estados Unidos.

Segundo a agência, lagos e rios são fontes essenciais de proteínas, micronutrientes e vitaminas, particularmente em países em desenvolvimento, onde mais de 60 milhões de pessoas dependem destes para subsistência.

De acordo com o diretor-geral assistente da FAO no Departamento de Pesca e Aquicultura, Árni M. Mathiesen, a “pesca continental fornece fonte valiosa, mas frequentemente negligenciada, de nutrição e emprego em todo o mundo”.

Poluição

Segundo a FAO cerca de 70% das fontes de água doce disponíveis a nível global são, no momento, usadas para agricultura.

A poluição e a construção de barragens e canais hidroelétricos impactam a disponibilidade e qualidade de águas continentais onde habitam diversas espécies de peixes.

Atualmente, menos da metade das águas continentais internacionais ou compartilhadas têm acordos internacionais sobre a sua gestão.

Entre outras questões, especialistas presentes na conferência defenderam instituições nacionais e internacionais mais fortes que possam abordar questões de pesca continental e ajudar a melhor integrar o setor às agendas globais de desenvolvimento.

A agência afirma ainda que reconhecer o valor do conhecimento local e respeitar as culturas indígenas é crucial para fazer isto de forma sustentável.