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Unic Rio diz que ONU foi criada para preservar gerações do flagelo da guerra BR

Giancarlo Summa (esq.) e Fernando Lottenberg. Foto: Conib

Unic Rio diz que ONU foi criada para preservar gerações do flagelo da guerra

Afirmação foi feita pelo diretor do Centro de Informação das Nações Unidas, Giancarlo Summa, em evento em homenagem às vítimas do Holocausto; secretário-geral afirmou que “o antisemitismo permanece uma realidade violenta, judeus continuam sendo assassinados porque são judeus”.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O diretor do Centro de Informação da ONU, Unic Rio, Giancarlo Summa, lembrou que as Nações Unidas foram criadas depois da Segunda Guerra Mundial com o desejo mundial de “preservar as próximas gerações do flagelo da guerra”.

Summa fez a declaração em evento realizado no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, para marcar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, nesta terça-feira, 27 de janeiro.

Discriminação

Participaram da cerimônia várias autoridades, entre elas, o deputado federal Alessandro Molon, representando a presidente Dilma Rousseff.

Em entrevista à Rádio ONU, o presidente da Confederação Israelita do Brasil, Conib, Fernando Lottenberg, falou sobre o problema da discriminação atualmente.

“Esses episódios no Iraque, na Nigéria, na Síria e mesmo em Paris, mostram para a gente que isso não é algo que já passou, que aconteceu lá atrás e você precisa por alguma obsessão, talvez, ficar se lembrando sistematicamente. É algo que serve de alerta é você interpretar os sinais que a realidade te dá e projetar sua ação para o futuro para que isso não venha mais acontecer.”

Lottenberg disse ainda que apesar de ser um dia triste, a homenagem significa “lembrar em conjunto do que aconteceu e, ao mesmo tempo, homenagear os sobreviventes que podem contar sua história para as novas gerações”.

Abrangente

Também presente ao evento estava Nanette Konig, uma sobrevivente do Holocausto que falou à Rádio ONU sobre a abrangência da cerimônia.

“Eu acho que é válido, não que seja exclusiva do povo judaico. Tem que ser muito mais abrangente, porque na verdade o holocausto é algo que aconteceu no mundo. Hoje em dia, eles se referem muito aos holocaustos, mas o holocausto é um só, não tem outro genocídio no mundo industrializado.”

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Nanette Konig e seu marido. Foto: Unic Rio
Konig afirmou que todos devem ficar vigilantes, caso contrário ela disse que isso pode acontecer novamente.

Antissemitismo

Depois da nevasca em Nova York, nesta terça-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, participou de uma homenagem às vítimas do holocausto na manhã desta quarta-feira, na sede da organização.

Ban lembrou que visitou o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em novembro de 2013. Há 70 anos, as forças soviéticas libertaram os prisioneiros que estavam no local.

O chefe da ONU afirmou que apesar de tudo o que foi visto e de tudo que se sabe, o mundo enfrenta desafios generalizados para a humanidade.

Segundo o secretário-geral, “o antisemitismo continua sendo uma realidade violenta, judeus continuam sendo assassinatos porque são judeus”.

Ban disse que o extremismo e a desumanização estão presentes por todo o mundo.

Ele encerrou o discurso dizendo que “o mundo ainda não encontrou o antídoto para o veneno que levou ao genocídio ocorrido há 70 anos”. Ele afirmou que continuará trabalhando para construir um futuro de qualidade para todos.