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“Estamos sendo testados de novo”, declara Ban, 70 anos após o Holocausto BR

Ban Ki-moon (dir.) e sua mulher, Yoo Soon-taek, em visita ao campo de concentração de Auschwitz em novembro de 2013. Foto: ONU/Evan Schneider

“Estamos sendo testados de novo”, declara Ban, 70 anos após o Holocausto

Em dia internacional, secretário-geral pede erradicação das causas profundas dos ataques antissemitas; Ban Ki-moon lembra os milhões de judeus, prisioneiros políticos, povos Roma e Sinti e homossexuais mortos pelo regime nazista.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Há exatamente 70 anos, as forças aliadas libertavam o campo de concentração e de extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, relembrou o secretário-geral da ONU num comunicado emitido esta terça-feira.

Ban Ki-moon faz um apelo ao pedir renovação da vigilância para que sejam erradicadas “as causas profundas do ódio e dos ataques antissemitas que continuam” a afetar comunidades pelo mundo, que vivem com medo da violência.

Vítimas

O chefe da ONU lembra os mais de 1 milhão de prisioneiros de Auschwitz, a maioria judeus, que foram “brutalmente assassinados num local onde os nazistas criaram o conceito monstruoso de mortes industrializadas”.

Ban Ki-moon lembra que entre as vítimas estavam prisioneiros políticos, prisioneiros de guerra soviéticos, povos Sinti e Roma, conhecidos como ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência e testemunhas de Jeová.

Ideologias

Neste 27 de janeiro, a ONU marca o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto. Neste ano, a data coincide com duas celebrações: os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e a criação das Nações Unidas, também em 1945.

Segundo Ban, os assassinatos em massa eram motivados “pela ideologia perversa dos nazistas, baseada na raça, que buscaram matar todos os judeus e outras pessoas consideradas por eles inferiores”.

Prevenção

O secretário-geral acredita que o mundo está sendo testado novamente, com minorias enfrentando o fanatismo, além do aumento de tensões sectárias e outras formas de intolerância . Ele lembrou que a ONU tem o compromisso de proteger os mais vulneráveis e promover os direitos humanos. Mas a violência diária em várias regiões é um lembrete do que falta para se prevenir o genocídio e defender a humanidade.

Ban pediu mais esforços para erradicar a intolerância e o ódio e sugeriu à população mundial união para o fim dos ciclos de discórdia e para a construção de um mundo de inclusão e de respeito mútuo.