Conferência debate conservação de antigos manuscritos malianos
Património cultural foi danificado durante os dois anos de ocupação de áreas do norte; Unesco apoia reunião de académicos, representantes de instituições culturais e várias comunidades a iniciar a 28 de janeiro.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A capital maliana, Bamako, vai acolher uma conferência que vai analisar a conservação de antigos manuscritos do país a longo prazo.
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, apoia o encontro que em três dias vai juntar académicos, representantes de instituições culturais, de comunidades religiosas e locais, além de legisladores.
Manuscritos
A partir de 28 de janeiro, a conferência intitulada "Manuscritos Antigos - Enfrentando Desafios dos Dias Atuais", examina o futuro dos documentos transferidos da cidade de Timbuktu para Bamako em 2012. É na maior cidade maliana onde estes continuam preservados.
O Governo do Mali e o Instituto de Ensino Superior e de Pesquisa Islâmica Ahmed Baba também participam na organização do evento.
O património cultural maliano, que inclui os manuscritos, sofreu graves danos durante a ocupação de áreas do norte do país por grupos armados em 2012 e 2013.
Os insurgentes queimaram ou pilharam 4.203 documentos escritos à mão do Instituto Ahmed Baba. Cerca de 90% foram mantidos pela população local, com a ajuda de organizações não-governamentais ligadas ao património.
Tráfico
Em discussão estará a importância histórica do património e o papel das comunidades locais para a salvaguarda do acervo. Serão ainda abordadas questões relacionadas com o combate ao tráfico ilícito e as atividades da Unesco para ajudar a preservar os manuscritos.
A coleção de Timbuktu é composta por centenas de milhares de documentos, alguns dos quais datados do século 13. Estes incluem trabalhos académicos e teológicos, além de textos comerciais escritos em árabe e em línguas africanas.
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