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Um em cada cinco adolescentes no mundo não está na escola

Crianças sul-sudanesas num acampamento para refugiados na Etiópia. Foto: Unicef

Um em cada cinco adolescentes no mundo não está na escola

Dados estão em novo relatório do Unicef e da Unesco;  cai número de crianças fora da escola em Moçambique; maiores taxas são na Eritreia e Libéria; adolescentes têm duas vezes mais chances de estar fora da escola do que crianças em idade escolar primária.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cerca de 63 milhões de adolescentes com idades entre 12 e 15 anos têm o seu direito à educação negado.

A informação consta de um novo relatório do Instituto de Estatísticas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, e do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Moçambique

O estudo afirma que o número de crianças fora da escola caiu em meio milhão para 1 milhão em Moçambique desde 2000.

No mundo, um em cada cinco adolescentes não frequenta a escola, comparado com uma em cada 10 crianças do ensino primário. O relatório aponta ainda que adolescentes têm duas vezes mais possibilidades de estar fora da escola do que crianças em idade escolar primária. O documento foi lançado nesta segunda-feira.

Risco

Segundo a publicação, a medida que as crianças ficam mais velhas, o risco de que elas nunca entrem na escola ou deixem os estudos aumenta.

Os países com as maiores taxas de crianças fora da escola são Eritreia e Libéria onde 66% e 59% não frequentam a escola primária.  Em muitos países, as taxas de exclusão são ainda maiores para crianças mais velhas, especialmente meninas. No Paquistão, 58% das garotas entre 12 e 15 anos estão fora da escola, contra 49% dos garotos.

Português

O documento cita ainda que, em Moçambique, professores são lotados fora de suas comunidades linguísticas para encorajar a unidade nacional. No entanto, esta prática limitaria a sua habilidade de assumir uma abordagem bilíngue ao ensino de português.

Segundo o Unicef e a Unesco, crianças de países em conflito, com deficiência, que enfrentam discriminação ou ligadas ao trabalho infantil são as mais afetadas.

Promessa

Um total de 121 milhões de crianças e adolescentes sequer começaram a frequentar a escola ou abandonaram os estudos, apesar da promessa da comunidade internacional de alcançar a meta da Educação para Todos até ao fim deste ano.

Para o diretor-executivo do Unicef, Anthony Lake, é necessário compromisso global em três áreas: colocar mais crianças na escola primária; ajudar que permaneçam no ensino secundário e melhorar a qualidade da aprendizagem.

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, declarou que o relatório é um chamado para mobilizar recursos que garantam educação básica para todas as crianças.