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Vice-chefe da ONU participa de tributo às vítimas do Holocausto BR

Jan Eliasson. Foto: ONU/Paulo Filgueiras

Vice-chefe da ONU participa de tributo às vítimas do Holocausto

Jan Eliasson compareceu à cerimônia na Sinagoga Park East, em Nova York; ele afirmou que a prevenção do genocídio requer esforços para compreender as forças por detrás do crime.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O vice-chefe da ONU participou de uma cerimônia em memória às vítimas do Holocausto, realizada na sinagoga Park East, em Nova York.

Em seu discurso, Jan Eliasson afirmou que o “Holocausto não começou em Auschiwtz”, mas sim com discriminação, atitudes tendenciosas, leis e bordões antisemitas que precederam a chamada “Noite dos Cristais”, quando sinagogas e lojas judaicas foram incendiadas e vandalizadas na madrugada de 9 para 10 de novembro em 1938, na Alemanha.

Sofrimento

Para o vice-chefe da ONU a prevenção de genocídios tem de ser feita com a compreensão das forças que causam o crime.

Ele falou da própria experiência como criança ao ver as imagens de campos de concentração nazistas, e dizer para si mesmo que tamanho sofrimento não deveria nunca mais ocorrer.

No próximo dia 27, as Nações Unidas vão marcar o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto. A data refere-se à libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau em 1945, quando mais de 7 mil prisioneiros foram encontrados em condições precárias de saúde ou à beira da morte.

Ruanda e Srebrenica

Jan Eliasson afirmou aos participantes do tributo na sinagoga que o mundo sente-se inspirado pelo exemplo e resiliência do espírito humano demonstrado. Ele ressaltou ainda outros genocídios cometidos desde a Segunda Guerra Mundial ao falar de Ruanda em 1994 e de Srebrenica em 1995.

O vice-chefe da ONU contou que todas as vezes em que o mundo diz “nunca mais” admite também uma falha em evitar novos genocídios. Segundo ele, existe um abismo entre a retórica internacional e a ação para evitar “terríveis atos desumanos” como os que ocorrem no Iraque, na Síria, na República Centro-Africana e na Nigéria.

Para Eliasson as “sementes da discriminação, do racismo e do ódio foram germinadas e frequentemente crescem”.

Segundo ele, as pessoas se distanciam em vez de exterminarem as sementes. Eliasson afirmou que é preciso estar vigilante e aprender com as lições do passado, tomando ações decisivas para prevenir o genocídio e outras atrocidades no futuro.