Ucrânia: ONU preocupada com ataque contra autocarro em Donetsk
Secretário-geral expressa inquietação com a nova escalada de combates no leste ucraniano; Conselho de Segurança reafirma pedido de implementação de acordo de cessar-fogo entre as partes do conflito.
Eleutério Guevane, Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas disse estar profundamente inquieto com a nova escalada de combates no leste da Ucrânia, numa nota que condena o bombardeamento de um autocarro em Donetsk.
Agências de notícias dizem que 12 pessoas morreram no incidente ocorrido esta quarta-feira, num posto de controlo do governo na área de Buhas.
Envolvimento
As agências citam declarações de funcionários da região a apontar que o ataque teria sido levado a cabo por rebeldes pró-russos, na área localizada a cerca de 35 km a sudoeste do reduto rebelde da cidade ucraniana de Donetsk. Estes negaram o seu envolvimento na ação.
Em nota, lançada pelo seu porta-voz, Ban destaca que o incidente deve ser investigado e os responsáveis levados à justiça.
Para o chefe da ONU trata-se de um lembrete claro da necessidade urgente de deter a violência que já matou 4,8 mil pessoas, fez "mais de um milhão de deslocados e continua a causar danos desnecessários e sofrimento aos civis."
Acordos de Minsk
O secretário-geral exorta todas as partes a respeitarem o cessar-fogo e que voltem a aplicar os acordos de Minsk, os quais defende que continuam a ser uma base sólida para a resolução do conflito.
A estrita observação do acordo também foi pedida pelo Conselho de Segurança, que também emitiu uma nota a destacar o pacto assinado em setembro entre as autoridades de Kiev e os rebeldes.
O Conselho apelou à implementação do protocolo de 19 de setembro, que entre outras medidas prevê a retirada do armamento pesado para criação de uma zona desmilitarizada e proíbe operações ofensivas.
O secretário-geral disse ter tomado conhecimento dos esforços diplomáticos que envolvem o país, a Rússia, a França e a Alemanha. Ban encoraja a continuação da busca de meios para "restaurar a paz e garantir a estabilidade, a integridade territorial e a unidade da Ucrânia."