Ban cita Gandhi ao falar de radicalização, fundamentalismo e extremismo
Na Índia, secretário-geral visitou antiga casa do líder indiano que é biblioteca e museu; após visitar o Sabarmati Ashram, Ban aborda cimeira de líderes políticos, empresariais, investidores e empresas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas esteve este domingo no Sabarmati Ashram, uma das casas onde ficou Mahatma Ghandi. O local tem uma biblioteca e um museu que retratam a vida, a obra e os ensinamentos do lendário líder do Movimento pela Independência da Índia e pioneiro da filosofia e da estratégia da não-violência.
No país, Ban Ki-moon será um dos oradores da 7ª Cimeira Vibrant Gujarat, um evento bienal que reúne líderes políticos e empresariais, investidores e companhias.
Fundamentalismo
Na casa onde o líder pacifista indiano viveu depois de regressar da África do Sul, o chefe da ONU disse que o cresimento da da radicalização, do fundamentalismo e do extremismo exigem uma ênfase renovada dos ideais de Mahatma Gandhi.
No seu discurso, Ban reafirmou o contínuo compromisso das Nações Unidas em promover a tolerância e garantir a justiça e a dignidade para todos. Ele reafirmou que a política divisiva e a incitação sectária não têm lugar no mundo moderno.
Ao lembrar Gandhi, afirmou que não haverá paz duradoura na terra a menos que se aprenda "não apenas tolerar mas a respeitar as outras religiões como a nossa própria".
Mundo Seguro
O secretário-geral defendeu haver uma grande força na diversidade. Ban destacou que os países que celebram a diversidade e abraçam a cada indivíduo são os únicos a moldar um mundo seguro e estável.
Ao citar o exemplo indiano, afirmou que se trata de uma democracia ampla, diversificada e vibrante "a ser campeã dos direitos, da dignidade e da igualdade de todos".
Ensinamentos
Ban Ki-moon afirmou que foi pessoalmente guiado pelos ensinamentos de Gandhi, especialmente pela descrição dos "sete pecados sociais": a política sem princípios; a riqueza sem trabalho; o prazer sem consciência; o conhecimento sem caráter; o comércio sem moralidade; a ciência sem humanidade e o culto sem sacrifício.
O chefe das Nações Unidas destacou ainda que a ênfase de Gandhi sobre os pobres é hoje refletida nos trabalhos da organização para acabar com a pobreza e construir um mundo pacífico e digno para todos.