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Equipas vão às ruas para quebrar a resistência à resposta ao ébola

Centro de tratamento da doença. Foto: Unicef/Suzanne Beukes

Equipas vão às ruas para quebrar a resistência à resposta ao ébola

Campanhas de porta-em-porta do Unicef ocorrem na Guiné Conacri; entre os mais afetados, país mostra atualmente a maior resistência em relação a trabalhadores de saúde e protocolos de resposta à doença.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Equipas de mobilização social do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, operam na Guiné Conacri sob a égide da Missão da ONU para Resposta de Emergência ao Ébola, Unmeer.

Entre os três mais afetados pela doença, Guiné Conacri seria o país que está atualmente a mostrar a maior resistência contra os profissionais de saúde e os protocolos de resposta ao ébola.

Estigma

Uma das pessoas que juntou-se às equipas de mobilização social do Unicef foi Bamba Camará. A sua esposa morreu de ébola dois meses antes. Camará e os seus dois filhos, de um e três anos de idade, não foram infectados. Eles fizeram dupla quarentena de 21 dias em casa.

Ele afirmou que queria garantir que as pessoas entendessem o que é a doença, como prevení-la e que medidas devem ser tomadas caso alguém teste positivo.

Segundo Camara, por causa do estigma as pessoas são relutantes a procurar os centros de tratamento da doença.

As equipas do Unicef enfrentam frequentemente hostilidades nas suas campanhas de porta-a-porta.

Entendimento

De acordo com uma das líderes das equipas, Fatoumata Diaraye Diallo, a resistência que havia nos últimos meses era relacionada principalmente à falta de informação. Ela afirma que no início de suas atividades, as pessoas acreditavam que a doença era “inventada”.

Através da coordenação da Unmeer, o Unicef assumiu a liderança na mobilização social, umas das principais atividades na campanha global de combate ao ébola.

Segundo a Missão, um dos componentes mais fortes da campanha de sensibilização são comités comunitários, criados em novembro do ano passado e compostos por pessoas das comunidades afetadas.

*Apresentação: Denise Costa.