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Crianças da República Centro-Africana necessitam de apoio urgente

Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark

Crianças da República Centro-Africana necessitam de apoio urgente

Apelo está a ser feito pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef, após um ano de extrema violência no país; dois em cada cinco menores não recebem ajuda essencial para sobreviver.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Segundo o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, em um ano de violência extrema na República Centro-Africana, duas a cada cinco crianças que necessitam do apoio da agência não estão a receber assistência vital.

O acesso a serviços de saúde, água, educação e proteção está prejudicado com a falta de verbas e também com a insegurança no país. O Unicef cita barreiras nas estradas, pilhagens e ataques contra trabalhadores humanitários.

Medo

O diretor da agência para a região, Manuel Fontaine, afirmou que mais de 2,5 milhões de crianças na República Centro-Africana “continuam a viver com medo constante”.

O Unicef recebeu menos da metade dos fundos de emergência necessários para o ano e tem acesso limitado ao país devido à violência. Com isso, 620 mil pessoas ficaram sem receber medicamentos e tratamentos de saúde.

Fuga

De acordo com a agência, um total de 250 mil cidadãos estão sem acesso a fontes melhoradas de água e 33 mil crianças do país ficaram sem receber a vacina contra o sarampo. Outros cinco mil menores severamente desnutridos não puderam ser tratados.

No pico da violência, quase meio milhão de crianças tiveram de fugir de suas casas. O Unicef revela ainda que pelo menos uma criança foi morta ou mutilada por dia no país. E grupos armados da República Centro-Africana recrutaram 10 mil menores.

Apesar das dificuldades, o Unicef conseguiu entregar remédios a 1,4 milhão de pessoas e vacinar 1 milhão de menores contra a pólio. Foram distribuídas 550 mil redes mosquiteiras para evitar a malária e 22 mil crianças desnutridas foram tratadas.

Mas o Unicef precisa de US$ 72 milhões para continuar a realizar suas atividades de emergência na República Centro-Africana em 2015.