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Insegurança alimentar pode atingir 1 milhão nos países com surto de ébola

Distribuição de ajuda alimentar na Libéria. Foto: PMA/Donaig Le Du

Insegurança alimentar pode atingir 1 milhão nos países com surto de ébola

Cálculo da FAO leva em consideração aumento da fome até março de 2015; Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa necessitam de “melhoria drástica” no acesso à comida, alerta a agência.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O número de pessoas a enfrentar insegurança alimentar devido à epidemia de ébola pode chegar a 1 milhão até março de 2015. O cálculo é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

Esta quarta-feira, a agência está a alertar para a necessidade de uma “melhoria dramática” no acesso à comida na Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa. Outra recomendação é para proteger as plantações e a produção pecuária.

Impactos

Os três países mais afectados pelo ébola já estão a enfrentar vários impactos, como fechamento de fronteiras, quarentenas e proibição de caças. A FAO avalia que são restrições que prejudicam o mercado de alimentos, o acesso da população à comida e ameaçam a fonte de renda das famílias.

Neste momento, a agência da ONU calcula que meio milhão de pessoas estão a sofrer de forma severa com a insegurança alimentar nas três nações da África Ocidental. Portanto, a expectativa é para que o número dobre até março.

Sementes

As mortes e as infecções pelo ébola estão a causar uma perda de produtividade e dos rendimentos das famílias, mas também muitas pessoas estão se afastar do trabalho por medo de contágio.

Junto ao Programa Mundial de Alimentação, PMA, a FAO está a pedir ação urgente para fortalecer o sistema agrícola na Guiné Conacri, Libéria e Serra Leoa. Uma das medidas é garantir sementes e fertilizantes para a próxima temporada de plantio.

A FAO está a fornecer assistência a 200 mil civis nessas nações e a desenvolver campanhas para evitar o alastramento do vírus. Já o PMA está a enviar comida a mais de 2 milhões de pessoas.

*Apresentação: Denise Costa.