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Ações de Cabo Verde são destacadas “para evitar o pior” após erupção de vulcão

Foto: ONU Cabo Verde

Ações de Cabo Verde são destacadas “para evitar o pior” após erupção de vulcão

Autoridades lançam campanha de informação para as populações locais; equipa de peritos internacionais que está no arquipélago inclui delegações da União Europeia e de Moçambique.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Uma equipa de Avaliação e Coordenação de Catástrofes das Nações Unidas, Undac, acompanha as iniciativas das autoridades cabo-verdianas na sequência da erupção do vulcão da ilha do Fogo.

Nesta quarta-feira, arranca uma campanha de informação enquanto o grupo de peritos continua a avaliar a situação no local. Além de agências das Nações Unidas, a comitiva inclui representantes da União Europeia e de Moçambique.

Desalojamentos

A líder do grupo é Teresa Encarnação, que representa o Escritório da ONU para a Assistência Humanitária, Ocha. Falando à Rádio ONU, da ilha cabo-verdiana, destacou a importância de lidar com os desalojamentos. A equipa de peritos estará na ilha do Fogo até a próxima semana.

"Neste momento, há um grande esforço da Proteção Civil de Cabo Verde e da Cruz Vermelha de fazer a preparação e o planeamento para o pior caso possível. Nas próximas 24 horas, vai haver uma forte campanha de informação à população para garantir que a informação que estão a receber é correta para evitar pânico. Neste momento, ainda não há garantia de que a situação vai deteriorar, para causar mais deslocados, mas como há essa possibilidade o foco está todo na prevenção e na informação da população para evitar perdas humanas e materiais."

Perdas

As Nações Unidas destacam que a terceira erupção do vulcão, após as de 1951 e de 1995, está a ter um forte impacto sobre a população. A representante disse que entre as maiores perdas estão o gado e os terrenos agrícolas.

"Com o movimento da lava já fecharam duas estradas que dão acesso principal à Chã das Caldeiras, na cratera do Pico do Fogo, onde havia uma comunidade de cerca de 800 pessoas. A situação começou a 23 de novembro e piorou a 2 de dezembro com o aumento da velocidade da lava. Notavelmente, nos dias 6 e 7 de dezembro a lava avançou ainda mais em termos de velocidade e de largura. Falamos de 300 metros. O acesso só pode ser feito a pé. A lava já cobriu muitas habitações. "

Entre as necessidades urgentes para as populações, Encarnação mencionou tendas, água, comida, apoio médico e financeiro.