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Maputo foi palco de marcha com apelos à não-violência contra a mulher

Mensagens de repúdio à violência. Foto: Ouri Pota.

Maputo foi palco de marcha com apelos à não-violência contra a mulher

Iniciativa marcou os 16 dias de ativismo pelo fim da violência com a mensagem da ONU Mulheres;  campanha termina no Dia Internacional dos Direitos Humanos, na próxima quarta-feira.

Ouri Pota da Rádio ONU, em Maputo.

A capital moçambicana foi palco de uma marcha, este sábado, marcada com cartazes a desencorajar a violência contra a mulher. As mensagens continham apelos para o diálogo e para uma boa cultura de convivência e de paz.

A caminhada pelas ruas de Maputo fez parte das atividades dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher e rapariga, que leva a mensagem da ONU Mulheres.

Expectativa

Ambos os sexos estiveram representados na marcha organizada pela Rede Homens pela mudança, Hopem. Para os organizadores, o evento atingiu a expectativa mesmo com a temperatura que se fez sentir na capital moçambicana.

 “Apesar da chuva as pessoas mostraram que estão desejosas de mudança, vieram marchar e manifestaram o seu sentimento de repúdio, de distanciamento, de querer mudança,  de querer ver uma realidade diferente no que diz respeito à relação entre homens e mulheres. As pessoas estão cansadas da violência.”

Solução

Leonor, Manuel Silvestre e João Figueiredo são alguns participantes ouvidos pela Rádio ONU. O seu repúdio à violência como solução para a resolução de um determinado conflito é o fator comum.

“A violência não ajuda. Jamais agi com violência mas, praticamente, há um comportamento da adolescência ao adulto a pessoa já leva na consciência que o homem é superior e a mulher é inferior. Isso não tem ajudado muito na nossa sociedade. A gente só pode conseguir este mundo melhor dando espaço que a mulher merece que tanto esforço fez para conquistar. Estes que praticam a violência devem deixar porque não constrói, mas sim destrói.”

Desafios

O coordenador da Hopem, Júlio Langa, defendeu que apesar dos desafios a garantia da igualdade de género é prioritária.

“A falta de compreensão adequada da igualdade do género dos direitos iguais para homens e para mulheres. Esse é um desafio importante que nos temos estado a trabalhar no sentido de ajudar a esclarecer, no sentido de apoiar os homens a tomarem consciência do que significa igualdade entre homens e mulheres e no sentido de aumentar a responsabilidade dos homens em relação à questão da igualdade de género.”

Os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulheres e raparigas tiveram início a 25 de novembro, no Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres. O encerramento será 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.