Escritório de Direitos Humanos preocupado com albinos na Tanzânia
Em 14 anos, foram mais de 151 assassinatos; apesar de medidas do governo para combater crimes, Nações Unidas chamam a atenção para a segregação de crianças com albinismo.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Pessoas com albinismo na Tanzânia estão a lutar por sua sobrevivência, alerta o Escritório de Direitos Humanos da ONU. Além da discriminação, os albinos sofrem rejeição de suas famílias e da sociedade e são vítimas de atos violentos.
O escritório divulgou a história de um menino forçado a viver longe da sua família numa vila a oeste do país. Um dia, ao voltar da escola, o rapaz albino foi parado por dois homens, que o apedrejaram, cortaram-lhe o braço e fugiram.
Assassinatos
Com a ajuda de uma organização não-governamental, o jovem está a estudar numa escola privada próximo à capital tanzaniana, Dar es Salaam. Mas o Escritório de Direitos Humanos revela que nem todos os albinos têm a mesma sorte.
Desde o ano 2000, pelo menos 151 pessoas com a condição foram mortas. O escritório saúda os esforços das autoridades do país para combater os crimes, mas nota preocupação com a segregação de crianças.
Exclusão
A representante de direitos humanos da ONU na Tanzânia, Chitralekha Massey, visitou um centro que acolhe crianças albinas e lamentou que essas estejam a crescer sem interação ou relação com suas famílias.
A vontade política do governo em mudar o quadro, com investigações judiciais de ataques recentes, também é reconhecida pelo Escritório de Direitos Humanos. Mas o órgão apela às autoridades a reforçar o sistema legal do país na resposta a tais crimes, com medidas concretas de proteção.
O escritório nota que rituais de ataques contra albinos são muitas vezes secretos e por isso, muitos casos nem chegam a ser documentados. Em 2013, o Conselho de Direitos Humanos adotou duas resoluções, a pedir aos países que tomem todas as medidas para proteger esses indivíduos.