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Dignidade é elemento essencial para fim da pobreza até 2030, diz Ban

Fim da pobreza até 2030. Foto: Pnud

Dignidade é elemento essencial para fim da pobreza até 2030, diz Ban

Secretário-geral apresentou relatório de síntese sobre a agenda de desenvolvimento sustentável; Adis Abeba reúne expetativas em relação a acordo global; países devem discutir 17 Objetivos e 169 metas que o documento.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

As Nações Unidas apontaram a dignidade como o primeiro elemento essencial a ser considerado, enquanto são definidas as metas para o fim da pobreza durante os próximos 15 anos.

As características foram apresentadas pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no relatório de síntese sobre a agenda de desenvolvimento sustentável. A reunião decorreu esta quinta-feira, na Assembleia Geral.

Agenda

São 17 Objetivos e 169 metas que compõem o informe produzido por um grupo de trabalho formado pela ONU. A definição da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, será o produto final da negociação dos países nos próximos meses.

Ban Ki-moon disse a dignidade é importante para o desenvolvimento humano, abrangendo a luta contra a pobreza e contra a desigualdade. O segundo elemento são as pessoas. O chefe da ONU disse que milhões, especialmente mulheres e crianças, continuam excluídos da plena participação na sociedade ao destacar que deve ser terminado o trabalho dos ODMs.

Em julho, a capital etíope, Adis Abeba acolhe a Conferência Internacional sobre Financiamento e Desenvolvimento. A expectativa da ONU é que saia um acordo negociado que contribua para apoiar a realização da agenda de desenvolvimento pós-2015.

Caminho

A prosperidade é o terceiro elemento para reforçar a agenda global, que conta no "O Caminho para Dignidade até 2030: Acabar com a Pobreza, Transformando Todas as Vidas e a Proteção do Planeta." O chefe da ONU destacou que é preciso uma economia global forte, inclusiva e transformadora.

O Planeta foi o terceiro elemento mencionado por Ban, que chamou atenção para o dever urgente de combater as mudanças climáticas e proteger os ecossistemas para as gerações atuais e futuras.

Em quinto lugar está a Justiça  "para construir sociedades seguras, pacíficas e instituições fortes." O último é a Parceria, um elemento que Ban justifica com o facto de a agenda ter de ser construída sobre uma base de cooperação e solidariedade global.

O chefe da ONU realçou que cada aspeto é parte integrante do todo, e que nenhum deve ser isolado dos outros.

Investimentos

Na Etiópia, Ban pediu que haja concentração em medidas urgentes para desbloquear o poder transformador do que chamou biliões de dólares de investimento de recursos privados em projetos específicos.

O objetivo deve permitir a transição para uma economia de baixo carbono e para melhorar o acesso à água, energia renovável, agricultura, indústria, infraestruturas e transportes. 

Fosso Tecnológico

Como fatores para o sucesso da agenda global, Ban destacou que é preciso reduzir o fosso tecnológico, criar regras de responsabilização partilhada e ter dados confiáveis para a tomada de decisões sonantes.

A 31 de dezembro, o documento deve estar disponível nas seis línguas oficiais das Nações Unidas.

A ONU quer que 2015 seja a oportunidade sem precedentes para a ação global.  Ao citar progressos da agenda que termina no próximo ano, em algumas áreas, Ban disse que a pobreza e as desigualdades dominam ao lado da exclusão de mulheres, crianças e jovens da plena participação na sociedade.

Ele assinalou sinais de degradação ambiental e de instabilidade social, ao lembrar que são necessários fundos, públicos e privados, nacionais e internacionais para o pós-2015.