Moçambique proíbe pesticidas muito perigosos, destaca FAO
Segundo agência da ONU, país africano adotou importantes medidas regulatórias para proteger a população e o meio ambiente; órgão ajudou na proibição.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, Moçambique tomou “importantes medidas regulatórias” para proteger sua população e meio ambiente ao cancelar o registo de 79 pesticidas “muito perigosos”.
A trabalhar com o Ministério da Agricultura e a Direção Nacional de Serviços Agrários, a agência da ONU ajudou a trazer a proibição e promover uma abordagem baseada no ecossistema para a administração de pestes e pesticidas.
Colheitas
De acordo com a FAO, nos últimos 10 anos o volume médio anual de pesticidas importados para Moçambique cresceu cerca de 500%. Pesticidas agrícolas são usados principalmente em plantações de caju, tabaco, cana-de-açúcar, algodão, banana e alguns vegetais.
O valor anual de vendas de pesticidas alcança US$ 16,6 milhões. No entanto, alguns dos produtos em uso atualmente são “muito perigosos”.
Os chamados Pesticidas Muito Perigosos, HHPs, na sigla em inglês, são produtos que apresentam níveis altos de ameaças à saúde humana e ao meio ambiente por conta de sua composição química.
Químicos
Muitos destes produtos não são mais permitidos em países desenvolvidos onde pesticidas de menor risco, incluindo biopesticidas, tornaram-se disponíveis aos produtores.
O Governo de Moçambique publicou uma declaração a cancelar o registo de vários pesticidas que possam causar riscos graves à saúde humana e meio ambiente sob as atuais condições de uso.
Segundo a FAO, com esta declaração, o governo indica a sua intenção de recusar o futuro registo de pesticidas similares.
Desde 2006, um painel de especialistas da agência e da Organização Mundial da Saúde, OMS, elaborou uma lista de critérios para ajudar a identificar HHPs e a FAO já ajudou diversos países na abordagem dos riscos colocados por estes produtos.