Cerca de 100 refugiados sul-sudaneses entram na Etiópia por dia, diz Acnur
Agência começou a tranferir 15 mil pessoas para um novo acampamento do país vizinho; movimentação é feita de barco, excepto para beneficiários que apresentam necessidades especiais.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Cerca de 100 refugiados do Sudão do Sul continuam a atravessar diariamente a fronteira do seu país para a Etiópia, revelou esta terça-feira o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.
O principal ponto de entrada é Burbiey na área etíope de Gambela. A maioria das pessoas é proveniente dos estados do Alto Nilo e de Jonglei. A Etiópia lidera uma iniciativa de resposta para oferecer proteção e assistência aos refugiados que também integra o Acnur.
Deslocados
A Etiópia é atualmente o maior país anfitrião de cidadãos do mais novo país africano, com mais de 600 mil refugiados. Com o eclodir do conflito, em dezembro, cerca de 1,5 milhão de sul-sudaneses foram deslocados e mais de 7 milhões foram expostos ao risco de enfrentar fome e doenças.
No início de novembro, o presidente do Sudão do Sul Salva Kiir e o líder rebelde Riek Machar concordaram no "fim incondicional, total e imediato de todas as hostilidades" num encontro em Adis Abeba.
O processo foi o culminar dos esforços de mediação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, que agrupa oito países da África Oriental.
Transferência
Esta semana, o Acnur começou a tranferir 15 mil refugiados sul-sudaneses da área de Matar, no oeste etíope, para o acampamento de Pungido, situado a cerca de 300 quilómetros. A operação de barco envolveu 125 refugiados do Sudão do Sul.
O grupo inclui pessoas com necessidades especiais como deficientes visuais, grávidas, lactantes e idosos que foram transportados de helicóptero fretado pela agência da ONU.
*Apresentação: Denise Costa.