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Violência sexual na RD Congo levanta preocupações do Acnur

Violência sexual na RD Congo levanta preocupações do Acnur

Mais de 1,5 mil sobreviventes foram registados na província de Catanga este ano; agência quer maior presença das autoridades e busca de soluções pacíficas para confrontos nas áreas afetadas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A violência sexual continua a levantar sérias preocupações na província de Catanga na República Democrática do Congo, RD Congo.

Entre janeiro e outubro deste ano, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, ajudou 1564 sobreviventes da prática e também fez o encaminhamento das vítimas a médicos e outros parceiros.

Grupos Armados

O período teve mais de 15, 8 mil incidentes que incluem casos de saques, incêndios de casas, extorsão, tortura, trabalho forçado e recrutamento por grupos armados.

A agência destaca a necessidade de aumentar a presença das autoridades civis congolesas nas áreas afetadas e da procura de soluções pacíficas para resolver confrontos intercomunitários. Na província, considerada a mais rica do país em recursos naturais, também atuam as milícias Mai Mai.

Deslocados

A situação humanitária é considerada "catastrófica", na área com cerca de 600 mil deslocados. Somente nos últimos três meses, mais de 71 mil pessoas deixaram as suas casas.

O receio do Acnur é que o número de incidentes agrave os desafios como insegurança e de logística, que venha a obrigar aos monitores de proteção a não se deslocar a algumas áreas.

Em relação à violência sexual, estima-se que vários casos ainda não foram declarados devido à falta de acesso às áreas dos sobreviventes e ao medo. Acredita-se que apenas um numero limitado de vítimas tem acesso a cuidados de saúde, apoio psicossocial e assistência jurídica.

Acesso

A  falta de financiamento e a capacidade limitada dessas agências para apoiar  aos sobreviventes de estupro em Catanga são os principais fatores.

Desde janeiro, o Acnur anunciou ter construído cerca de 1,5 mil abrigos de emergência, mas aponta para mais necessidades que incluem o  acesso a cuidados de saúde, água potável, comida e educação.