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Produção de ópio no Afeganistão subiu 17%, de acordo com o Unodc BR

Plantação de papoula no sul do Afeganistão. Foto: Irin/Abdullah Shaheen

Produção de ópio no Afeganistão subiu 17%, de acordo com o Unodc

Escritório da ONU sobre Drogas e Crime calcula 6,4 mil toneladas produzidas este ano; área de cultivo aumentou para 224 mil hectares ou 7% a mais do que em 2013.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, Unodc, divulgou nesta quarta-feira novos números sobre produção e cultivo de ópio no Afeganistão. São produzidos no país cerca de 90% de todos os opiáceos ilícitos do mundo, que são derivados da papoula.

A substância pode ser utilizada na produção de morfina e heroína. O levantamento do Unodc revela que a área de cultivo no Afeganistão subiu 7% na comparação com 2013, alcançando 224 mil hectares.

Pontos de Cultivo

O aumento do nível de produção este ano foi ainda maior, de 17%, chegando a 6,4 mil toneladas. Uma das causas foi a forte ampliação dos pontos de cultivo no sul do Afeganistão, que agora conta com 69% da produção nacional.

Em Viena, o diretor do Unodc, Yury Fedotov, alertou para o fato dos narcóticos continuarem sendo um grande desafio global. Ele citou que o comércio do ópio ilícito, crimes e corrupção continuam afetando a segurança, a saúde e o desenvolvimento da região.

Principais Províncias

A província de Hilmand, no sul, é a maior área de cultivo, seguida por Kandahar, Farah e Nangarhar. Em Hilmand, um programa alternativo de produção de alimentos foi encerrado em 2012. O Unodc destaca que por este motivo, o cultivo de ópio aumentou 13% na província.

A pesquisa da agência é feita todos os anos, com apoio do governo afegão. Com a frágil segurança, as campanhas de erradicação do cultivo da papoula foram menos ativas em todo o país.

Alternativas

O valor líquido do ópio chega a US$ 850 milhões, ou 4% do Produto Interno Bruto do país.

No fim de semana, Fedotov esteve no Afeganistão e encontrou-se com o presidente recém-eleito, Ashraf Ghani, e o chefe-executivo Abdullah Abdullah. As lideranças indicaram algumas prioridades, como promover fontes alternativas de produção agrícola e conter o crime transnacional e o tráfico de drogas.