Muitas teriam sido vítimas de abuso; agência aponta para aumento de 300% na chegada de jovens nigerianas; Itália registou chegada de mais de 154 mil mulheres este ano.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Segundo o chefe da Organização Internacional para Migrações, OIM, na Itália “em 2014, houve um aumento alarmante no número de mulheres chegando, cerca de 16,8 mil em comparação a mais de 7,6 mil em 2013”.
Federico Soda mencionou ter notado um aumento de mais de 300% na chegada de jovens nigerianas neste ano, em comparação com o mesmo período no ano passado.
Migrantes
Segundo a OIM, apesar das condições “cada vez mais perigosas” do mar, migrantes irregulares continuam a cruzar o Mediterrâneo.
O total de chegadas à Itália neste ano é de mais de 154 mil, de acordo com dados recentes do Ministério do Interior.
O número de migrantes chegando ao país europeu pelo mar em outubro foi mais de 15 mil, uma queda de 40% dos mais de 26 mil que chegaram em setembro.
Tráfico
O órgão afirma que apesar do declínio, há uma presença crescente de mulheres, muitas consideradas vítimas em potencial de tráfico.
A OIM estabeleceu duas equipas na Itália com objetivo de detectar e identificar vítimas de exploração. A iniciativa tem o apoio no Ministério do Interior do país e da Comissão Europeia.
De acordo com os especialistas em combate ao tráfico do órgão, muitas mulheres confirmaram ter sido enviadas à Itália como trabalhadoras sexuais. Em alguns casos, seus testemunhos levaram à prisão de seus suportos traficantes. Há também relatos de estupro.
Federico Soda afirmou que muitas das mulheres foram para bordéis na Líbia e depois enviadas ao país europeu por traficantes. O chefe da OIM na Itália disse ainda que muitas tiveram que “jurar em uma cerimônia de vodu que pagariam de volta o dinheiro da viagem, uma manipulação psicológica que às vezes torna difícil persuadí-las de que não precisam pagar seus exploradores”.
Síria
A Síria permanece o país que mais envia migrantes, com mais de 36 mil em 2014. Em seguida estão Eritreia, Mali, Nigéria, Gâmbia, Palestina e Somália.
A OIM menciona que o aumento no número de palestinianos foi “notável”.