Em Serra Leoa, algumas mulheres já curadas são consideradas “bruxas” por suas comunidades e outras estão a sofrer problemas de visão; Organização Mundial da Saúde alerta para a “síndrome pós-ébola”.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, está a fazer um alerta sobre a “síndrome pós-ébola”, uma série de efeitos que está a ser registada em pacientes sobreviventes do vírus.
Algumas mulheres de Kenema, em Serra Leoa, relataram que estão a ser consideradas “bruxas” por suas comunidades, após terem sido curadas. Segundo a OMS, serviços para os sobreviventes estão a surgir de forma gradual.
Cegueira
A cidade em Serra Leoa já recebeu inclusive uma clínica para lidar com as necessidades sociais e psicológicas dos curados. A médica da OMS Margaret Nanyonga diz que há muitos casos de pessoas com problemas de visão, incluindo dois pacientes que ficaram cegos após o vírus.
A especialista fala sobre outros sintomas da síndrome pós-ébola: dores no corpo, em especial nas juntas e músculos, dores no peito e na cabeça, e cansaço extremo, o que dificulta o retorno ao trabalho, em especial para agricultures e donas de casa.
Diagnóstico
Nanyonga explica ser importante entender porque esses sintomas persistem; se são causados pela doença, pelo tratamento ou pela pesada desinfecção.
Outro médico da OMS em Kenema, Andrew Ramsay, diz ser importante diagnosticar os efeitos físicos e psicológicos, e tratá-los de forma rápida.
O especialista afirma que não se sabe ainda a causa exata dos problemas de visão em quem sobreviveu ao ébola e que a prioridade agora é descobrir os motivos para acelerar o atendimento aos pacientes.