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Ban aplaude africanos que enviaram médicos para nações afetadas pelo ébola

Ban Ki-moon no encontro em Addis Abeba. Foto: ONU/Evan Schneider

Ban aplaude africanos que enviaram médicos para nações afetadas pelo ébola

Profissionais são provenientes da Nigéria e da RD Congo, que já tiveram casos da doença; Em Adis Abeba, secretário-geral também enalteceu oferta de Senegal de permitir passagem de auxílio; Etiópia e Burundi prometem enviar pessoal.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O secretário-geral das Nações Unidas enalteceu esta terça-feira a decisão de países africanos que tiveram sucesso em conter o ébola de contribuir para combater o surto nas nações mais afetadas.

Num discurso feito na sede da União Africana, em Addis Abeba, Ban Ki-moon elogiou a Nigéria e a República Democrática do Congo, RD Congo, pelo envio de pessoal médico. O Senegal foi aplaudido por ter aceitado servir como centro de logística para a resposta ao surto.

Solidariedade

A promessa da Etiópia e do Burundi de implantar pessoal médico nos países afetados também foi destacada pelo chefe da ONU. Ban realçou que a solidariedade regional é fundamental, ao lembrar que a transmissão do vírus continua a ultrapassar o esforço de resposta da comunidade internacional.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, mais de 10 mil pessoas foram infetadas pelo surto, que registou mais de 4,9 mil mortos. As nações gravemente afetadas são Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri.

Para o secretário-geral, nenhum país ou organização pode derrotar sozinho o ébola, que considerou uma “grande crise global que exige uma resposta global massiva e imediata.”

Pânico

Mas o representante pediu que seja mantida calma, apesar de toda a atenção devida à gravidade do surto. Ele realçou a necessidade de transmitir a sensação de urgência sem incitar ao pânico.

À União Africana, Ban pediu que continue a apelar aos Estados-membros a não impor restrições de viagens ou a encerrar as fronteiras. O responsável afirmou que alguns países tomaram tais medidas, que podem isolar aos mais afetados e barrar esforços de resposta internacional. Como frisou, a “única maneira de parar o ébola é fazê-lo na sua fonte.”

O chefe da ONU disse estar em contacto constante com os líderes mundiais para apoiar a criação de centros médicos de tratamento nos países afetados, além de acionar mecanismos de evacuação médica.

A expectativa é que as medidas incentivem ainda mais o pessoal qualificado da área a seguir para a África Ocidental. Ban destacou que são urgentemente necessárias equipas médicas estrangeiras mais capacitadas na região.

*Apresentação: Denise Costa.