ONU apoia reabertura de escolas na República Centro-Africana

Grave onda de violência desde o início de 2013 levou ao fechamento da maioria das salas de aula no país; plano do Ministério da Educação e do Unicef prevê que alunos retornem à escola a partir do próximo mês.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A violência em larga escala iniciada na República Centro-Africana no começo do ano passado levou a maioria das escolas do país a fechar suas portas. Os alunos ficaram sem frequentar as classes por mais de um ano e meio, mas a expectativa é de que as escolas reabram no próximo mês.

O plano é liderado pelo Ministério da Educação e pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef, com apoio da Organização Internacional para Migrações, OIM.

Reparos

A abertura das escolas vai ocorrer de forma gradual, com a OIM a apoiar atividades financiadas pela União Europeia. Na capital, Bangui, a população mais vulnerável recebe dinheiro ao fornecer a sua mão de obra.

Nesta semana, as equipas estão a limpar salas de aula e jardins das escolas. Os trabalhadores também fazem pequenas reparações em portões, portas e telhados, em coordenação com os funcionários dos centros de ensino.

São cerca de 50 pessoas a trabalhar em cada escola, recrutadas em conjunto com autoridades locais. Participam dos trabalhos pessoas vulneráveis, em especial as já graduadas ou as que deixaram as escolas que em breve irão reabrir.

Violência

As equipas trabalham num sistema de rotação de 10 dias e cada pessoa ganha cerca de US$ 50 por rotação. As reformas começaram nos distritos 1 e 2, mas serão expandidas de forma gradual por todas as escolas que o Ministério da Educação considera aptas a reabrir.

A iniciativa ocorre após três semanas de aumento das tensões em Bangui, que resultaram em 4 mil deslocados. Devido à fragilidade da situação na República Centro-Africana, as escolas só irão voltar a funcionar com base numa avaliação individual e na situação de segurança local.

Todas as ações da OIM são coordenadas com as autoridades e com o Unicef.