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Unicef: pobreza infantil atinge 76,5 milhões em países ricos BR

Nos Estados Unidos a pobreza infantil aumentou. Foto: Unicef/NYHQ2014-1955/Pirozz

Unicef: pobreza infantil atinge 76,5 milhões em países ricos

Dados estão em relatório lançado nesta terça-feira; segundo o documento, número de crianças vivendo na pobreza em nações desenvolvidas aumentou em 2,6 milhões; Portugal teria perdido 8 anos em progresso de renda.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Cerca de 2,6 milhões de crianças entraram abaixo da linha da pobreza em países ricos desde 2008. Os dados estão em relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, lançado nesta terça-feira.

Segundo estimativas, o número de crianças vivendo na pobreza em países desenvolvidos atingiu 76,5 milhões.

Crise econômica

O relatório Crianças da Recessão: o impacto da crise econômica no bem-estar de crianças em países ricos leva em conta se os níveis de pobreza infantil aumentaram ou caíram desde 2008 em nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e da União Europeia.

O documento, que também incluiu nações de média e baixa rendas, aponta a proporção de jovens entre 15 e 24 anos que não estão estudando nem trabalhando ou em treinamento.

A pobreza infantil cresceu em 23 dos 41 países analisados desde 2008. Na Irlanda, Croácia, Letônia, Grécia e Islândia, as taxas cresceram acima de 50%.

Renda

De acordo com o relatório, a renda média em famílias com crianças na Grécia em 2012 caiu para níveis de 1998. Isto significa o equivalente a perda de 14 anos em progresso de renda.

Por esta medida, Portugal perdeu oito anos, assim como Itália e Hungria. Irlanda, Luxemburgo e Espanha perderam uma década.

O Unicef afirma que a recessão foi especialmente dura com os jovens entre 15 e 24 anos. Na União Europeia, 7,5 milhões de jovens entraram na classificação de sem estudo, trabalho ou treinamento.

Nos Estados Unidos, a pobreza infantil cresceu em 34 dos 50 estados desde o início da crise. Em 2012, 24,2 milhões de crianças estavam vivendo na pobreza, um aumento de 1,7 milhão desde 2008.