ONU reage a restrições contra quem volta da África Ocidental BR

Secretário-geral afirmou que medida pode por mais pressão sobre trabalhadores de saúde que regressam da região; Nova Iorque e Nova Jersey anunciaram quarentena obrigatória a funcionários do setor que retornam da área.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reagiu esta segunda-feira a restrições impostas por alguns países em relação a viajantes que retornam de países da África Ocidental.
No mais recente caso, os estados de Nova York e de Nova Jersey, nos Estados Unidos, anunciaram uma quarentena obrigatória a trabalhadores de saúde que regressam da Guiné, da Libéria e de Serra Leoa.
Efeitos
Ban Ki-moon afirmou que está preocupado com as medidas, que podem por “mais pressão sobre os trabalhadores de saúde e aqueles que estão na linha de frente da resposta ao ebola”.
O secretário-geral destaca que médicos e enfermeiros que retornam da África Ocidental “são pessoas excepcionais que estão se doando à humanidade”. Por isso, Ban Ki-moon reforça que esses trabalhadores “não podem estar sujeitos a restrições que não são baseadas nas ciências”.
Apoio Internacional
O chefe da ONU disse ainda que as pessoas que desenvolvem sintomas de infecção devem receber apoio e não sofrer estigma. Para Ban, a melhor maneira de qualquer país se proteger do ebola é com o fim do surto nos países da África Ocidental.
Para isso, é necessário apoio internacional considerável no campo da saúde, destacou Ban Ki-moon. O último balanço da Organização Mundial da Saúde, OMS, confirma que 450 trabalhadores de saúde foram infectados pelo ebola, sendo que 244 morreram.
Durante o fim de semana, um avião da ONU levou uma tonelada de suprimentos médicos para a capital do Mali, Bamako, após o primeiro caso ter sido identificado no país. A menina de dois anos não sobreviveu. O material inclui kits de proteção pessoal, luvas e máscaras.