Apoio internacional ao Corno de África deve superar US$ 8 mil milhões
Auxílio foi anunciado no arranque na visita do secretário-geral e de líderes globais e regionais; Banco Mundial adianta US$ 1,8 mil milhão para as atividades transfronteiriças.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Mais de US$ 8 mil milhões devem ser concedidos ao Corno de África como parte de assistência financeira e política de instituições globais e regionais.
O valor foi anunciado, esta segunda-feira, no início do périplo do secretário-geral das Nações Unidas à região com chefes de entidades doadoras. Ban Ki-moon deve abordar igualmente temas como paz, segurança e resiliência.
Crescimento
Falando esta segunda-feira, em Adis Abeba, o chefe da ONU disse que o momento é de oportunidade para impulsionar o apoio aos esforços da região. Ban disse que não será possível ter a paz sem o desenvolvimento e que as soluções para a cooperação regional devem ultrapassar as fronteiras.
Na viagem, o chefe da ONU é acompanhado por líderes globais e regionais com vista a “garantir uma abordagem coerente e coordenada para a paz, segurança e desenvolvimento no Corno de África.”
O Banco Mundial prometeu US$ 1,8 mil milhão para as atividades transfronteiriças com vista a impulsionar o crescimento e ainda para oportunidades económicas, reduzir a pobreza e estimular a atividade empresarial.
Empregos
O presidente do órgão, Jim Yong Kim, disse que o financiamento representa uma nova e importante oportunidade para garantir acesso à água potável, alimentos nutritivos, cuidados de saúde, educação e empregos aos beneficiários.
A iniciativa abrange oito nações nomeadamente o Djibuti, a Eritreia, a Etiópia, o Quénia, a Somália, o Sudão, o Sudão do Sul e o Uganda.
Fragilidade
Ban realça progressos importantes ainda não foram divulgados em áreas como crescimento económico e estabilidade política no Corno de África.
O responsável considera o momento crucial para apoiar os esforços nessas áreas, acabar com os ciclos de conflito e pobreza além de facilitar a transição da fragilidade para a sustentabilidade.
O Banco Mundial vê oportunidades para que a região se liberte dos ciclos de seca, insegurança alimentar, insegurança da água e os conflitos através da construção de segurança regional. A meta é criar dividendos da paz e estimular uma maior cooperação transfronteiriça.
Promessas
A União Europeia prometeu cerca de 3,7 mil milhões até 2020 como parte dos apoios aos países da região. Cerca de 10% devem ser aplicados em atividades transfronteiriças;
Para os próximos três anos, o Banco Africano de Desenvolvimento deve conceder US$ 1,8 mil milhão aos países do Corno de África. Já o Banco Islâmico de Desenvolvimento promete US$ 1 mil milhão em novos financiamentos ao Djibuti, Somália, Sudão e Uganda.
Recursos
As economias da região são caracterizadas por um cenário de rápido crescimento, de recursos naturais inexplorados, da pobreza extrema e de populações que duplicam em cada 23 anos.
O acesso de jovens e mulheres ao emprego também é apontado como um problema na região afetada pela corrupção, pirataria, tráfico de armas e de drogas. Entre os desafios estão também o terrorismo, os fluxos ilícitos de capital e o tráfico de pessoas.