Representante de Ban expõe violência sexual “chocante” no Sudão do Sul

Zeinab Bangura diz que vítimas incluem menor de dois anos observada em hospital da capital, Juba; representante da ONU falou de sobreviventes a reclamar de falta de lugares para queixar-se à polícia.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A representante especial do secretário-geral para Violência Sexual em Conflitos descreveu o que chamou de caráter chocante de casos no Sudão do Sul.

Zeinab Bangura mencionou episódios de mulheres violadas até à morte e disse que a prática envolve vítimas de ambos os sexos. Ela citou estatísticas do hospital da capital, Juba, que indica que 74% das vítimas têm menos de 18 anos. Existe inclusive um caso de uma criança de dois anos observada no local.

Compromisso

A responsável falava, esta segunda-feira, a jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, sobre a visita que efetuou ao país de 5 a 11 deste mês.

Bangura disse que vai relatar os casos ao Conselho de Segurança, para o qual deve recomendar ações para deter o problema. No país,  disse que sistema das Nações Unidas está comprometido em acabar com a prática.

Sobreviventes

Os contactos envolveram o governo, a sociedade civil, os sobreviventes e agências do governo. Entre eles, estiveram o líder rebelde e antigo vice-presidente, Riek Machar na capital etíope Adis Abeba. Ela disse ter explicado as ações para abordar o problema, em atos que considera terem sido cometidos pelo grupo.

Bangura disse ter envolvido as autoridades em passos para prevenir e abordar o problema. Entre os problemas estão a falta de assistência médica e psicológica para as vítimas e de locais para fazer queixa. O outro desafio é o estigma social associado à violência sexual.

A responsável reiterou que os crimes serão punidos a nível de tribunais nacionais e internacionais, ao lembrar que “a violência sexual pode constituir crime de  guerra e contra a humanidade.”