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ONU e agências internacionais unem-se para combater escravidão moderna BR

Foto: Unodc

ONU e agências internacionais unem-se para combater escravidão moderna

OIT, Osce e OIM dizem que todos têm um papel a desempenhar para retirar quase 21 milhões de pessoas dessas condições; vítimas vivem em situação de tráfico e trabalho forçado.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Internacional do Trabalho, OIT, se juntou a duas agências internacionais para combater o problema da escravidão moderna.

Participam da iniciativa a Organização Internacional para Migrações, OIM, e a Organização para Segurança e Cooperação na Europa, Osce.

Declaração Universal

O grupo quer a ajuda de todos os cidadãos na luta. Neste sábado,18 de outubro, é marcado o Dia Anti-Tráfico na Europa.

Em 1948, a Declaração Universal da ONU sobre os Direitos Humanos proclamou que “ninguém pode ser mantido em regime de escravidão ou servitude; a escravidão e o comércio de escravos devem ser proibidos em todas as suas formas”.

Desde então, novas formas de escravidão surgiram, como é o caso do tráfico humano. A OIT alerta que o número de pessoas vivendo em situações de tráfico ou trabalho forçado no mundo, em 2012, era de 20,9 milhões.

Em comunicado conjunto, as agências disseram que “todos têm um papel a desempenhar no combate à escravidão moderna, do consumidor no supermercado aos executivos, legisladores e juízes”.

Pobreza

Segundo as organizações, os consumidores podem exigir informações sobre a origem dos produtos vendidos, e as autoridades podem criar e aplicar leis que eliminem a prática e levem os criminosos à justiça.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, afirmou que “o trabalho forçado viola os direitos humanos de milhões de homens, mulheres, meninos e meninas. Ele contribui para a perpetuação da pobreza e impede que se alcance trabalho digno para todos”.

A Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, Usaid, anunciou esta sexta-feira a doação de US$ 1,3 milhão, o equivalente a R$ 3,1 milhões, para a OIM.

O dinheiro vai ser usado em uma campanha para combater a exploração e o tráfico humano na região da Ásia-Pacífico.

Moda

Ainda em apoio ao Dia Anti-Tráfico na Europa, o escritório da Organização Internacional para Migrações, no Reino Unido, lançou o evento “Moda para a Liberdade”.

A ideia é chamar a atenção do público para as marcas de roupas que não utilizam trabalho escravo em sua produção.

Tudo o que for arrecadado com o desfile de modas vai ser destinado ao projeto “Fishing Children”, realizado em Gana.

A OIM disse que essas crianças, algumas de apenas quatro anos, passam o dia coletando peixes no Lago Volta, mergulhando para desembaraçar redes de pesca e também realizam trabalhos domésticos nas casas dos pescadores.

Desde 2002, a OIM, ONGs parceiras e agências do governo trabalham para ajudar esses menores a terem respeitados seus direitos à saúde, à educação e à liberdade.