Ban alarmado com situação na Síria
Secretário-geral pediu medidas para evitar massacre em Kobane; em entrevista coletiva na ONU, ele falou ainda sobre o surto de ebola e a situação no Oriente Médio.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou esta quinta-feira que está alarmado com a situação na Síria.
Na entrevista a jornalistas na sede das Nações Unidas, Ban pediu que sejam adotadas medidas para se evitar um massacre e para proteger os civis na cidade de Kobane, no norte do país.
Ameaça Iminente
Ele declarou que os sírios estão sob ameaça iminente. Segundo o secretário-geral, além das barbaridades cometidas pelo grupo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, o governo da Síria continua atacando de forma indiscriminada áreas de população civil.
Ban afirmou que o fenômeno Isil na Síria é a consequência e não a causa do conflito. Ele declarou que o grupo islâmico vai continuar ameaçando a Síria a menos que as profundas divisões políticas sejam resolvidas através de um processo confiável e abrangente.
Oriente Médio
O secretário-geral disse que em sua recente viagem ao Oriente Médio levou duas mensagens: a reconstrução de Gaza e a retomada das negociações de paz entre palestinos e israelenses.
Ban disse que em sua visita à Faixa de Gaza, há dois dias, viu comunidades inteiras destruídas e uma economia em ruínas. Ele se encontrou com os pais de algumas das 500 crianças mortas durante o conflito, que durou 51 dias.
Ele visitou ainda alguns túneis subterrâneos descobertos há alguns meses, no território israelense, bem antes do início do conflito.
O chefe da ONU declarou que na conferência de doadores realizada no Cairo, no domingo, a comunidade internacional mostrou solidariedade ao prometer US$ 5,4 bilhões, o equivalente a R$ 13 bilhões, para reconstruir Gaza.
Impasse
O secretário-geral afirmou que a situação em Gaza é um sintoma de um problema maior: o impasse no Processo de Paz do Oriente Médio. Ele disse que as pessoas estão desiludidas com os esforços de décadas que fracassaram em chegar a um acordo.
Mas Ban declarou que a solução de dois Estados vivendo lado a lado em paz e segurança é o único caminho para acabar com o ciclo, sem sentido, da guerra.
Segundo ele, a comunidade internacional tem a obrigação de pressionar pela paz.
O chefe da ONU mostrou preocupação também em relação ao ebola.
Ban declarou que o surto da doença representa um grande e urgente problema global que exige uma resposta mundial do mesmo nível.
Segundo ele, a população e os governos dos países da África Ocidental estão demonstrando resiliência, e dezenas de nações já mostraram solidariedade.
O chefe da ONU disse que é preciso transformar as promessas em ações. Ele afirmou que são necessários mais médicos, enfermeiros, equipamentos, centros de tratamento e meios para retirada de pacientes.
Ban citou o apelo à comunidade internacional de US$1 bilhão para combater o surto e que poderá ajudar a atingir a meta de reduzir o ritmo de propagação até 1º de dezembro.
O secretário-geral afirmou que “o ebola pode ser derrotado se todos trabalharem juntos de forma eficaz”. Segundo ele, todos têm a responsabilidade de agir”.