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Conselho de Segurança da ONU discute situação na Somália

Conselho de Segurança. Foto: ONU/Paulo Filgueiras

Conselho de Segurança da ONU discute situação na Somália

Carência alimentar coloca cerca de 50 mil crianças num cenário considerado próximo da morte; representante humanitário da organização pede atenção internacional redobrada para evitar repetição de fome.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reúne-se, esta terça-feira, numa sessão onde será apresentado um informe sobre a situação na Somália.

Estima-se que pelo menos 50 mil crianças estejam “perto da morte” no país do Corno de África, que está perante um cenário de seca.

Auxílio 

Falando à Rádio ONU antes do encontro do órgão, em Nova Iorque, o coordenador humanitário da organização apontou as necessidades de auxílio para os somalis.

Philippe Lazzarini disse que há mais de 1 milhão de pessoas carentes de assistência urgente na Somália. Conforme explicou, 250 mil crianças integram o grupo, sendo que 50 mil menores estão “à porta da morte” caso não haja assistência.

Milhares de Mortos 

O país recupera-se de mais de duas décadas de conflitos entre grupos faccionais, que se seguiram à queda do governo de Ahmed Siad Barre, em 1991. Atualmente, as milícias al-Shabaab combatem o Governo Federal.

Philippe Lazzarini pediu atenção internacional redobrada, ao advertir que seja evitado o cenário de 2010, que culminou com cerca de 250 mil mortos devido à fome.

O representante da ONU frisou que tem dito aos parceiros e aos Estados-Membros da organização que após ter sido aprendida a lição da fome decidiu-se nunca mais voltar à situação. Para ele é preciso agir imediatamente, para que não se repita o cenário da grande crise na Somália registada há 4 anos. Mas também sublinhou que  não se devem minar os ganhos na consolidação da paz e da segurança no país.

Ofensiva contra Milícias

De acordo com o responsável, as milícias al-Shabaab bloqueram algumas rotas de abastecimento alimentar apesar de terem sido repelidas de várias cidades.

Trata-se de um cenário que Lazzarini chamou de “guerra assimétrica” movida pelo grupo, em resposta a uma ofensiva das forças da Missão da União Africana na Somália, Amisom.