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Novos dados confirmam ação de crianças no conflito centro-africano

Foto: ONU//Tobin Jones

Novos dados confirmam ação de crianças no conflito centro-africano

Chefe humanitária da ONU fala de menores mortos e feridos na última semana;  presença infantil também é verificada em postos de controlo na capital Bangui.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

A coordenadora humanitária das Nações Unidas na República Centro-Africana condenou o recrutamento e o uso de crianças por grupos armados do país.

Claire Bourgeois contou que organizações humanitárias têm relatado a presença de “um grande número de menores” em postos de controlo das várias barricadas montadas na capital do país, Bangui.

Serviços 

Bourgeois realça o direito das crianças centro-africanas de viver em paz e com acesso aos serviços sociais básicos, na nota que confirma o assassinato de pelo menos três menores.

Dois dos meninos foram acusados de espionagem e o outro, de oito anos, foi atingido por uma bala perdida. Segundo a responsável, as informações incluem casos de crianças feridas por balas e por granadas.

A nota, publicada esta segunda-feira, realça que o recrutamento de crianças é uma grave violação dos seus direitos, e considera essencial proteger os menores do país contra todas as formas de violência, de abuso e de exploração.

Emboscada 

O pronunciamento condena veementemente os novos ataques ocorridos no país desde a última terça-feira. Dois dias depois, um soldado de paz da ONU foi morto numa emboscada contra um comboio de viaturas na periferia de Bangui.

Além do soldado, do Paquistão, um outro capacete-azul ficou gravemente ferido e outros sete contraíram ferimentos ligeiros.

Estima-se que pelo menos 5 mil pessoas morreram este ano em confrontos religiosos na República Centro-Africana. Os principais envolvidos são os grupos anti-Balaka, de maioria cristã, e os Séléka compostos maioritariamente por muçulmanos.