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Unicef: quase uma em cada quatro adolescentes sofre violência física BR

Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark

Unicef: quase uma em cada quatro adolescentes sofre violência física

Dados do Fundo revelam níveis “alarmantes” de aceitação da violência; informações foram publicadas à véspera do Dia Internacional da Menina, marcado neste sábado, 11 de outubro.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.

Quase um quarto das meninas com idades entre 15 e 19 em todo o mundo relataram terem sido vítimas de alguma forma de violência física a partir dos 15 anos. Este número representa aproximadamente 70 milhões de adolescentes.

A informação está numa nova compilação de dados publicada nesta sexta-feira pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Segundo o Fundo, eles revelam a “magnitude” da violência contra meninas adolescentes e as “atitudes alarmantes que perpetuam tais abusos”.

Estatísticas

As informações, publicadas à véspera do Dia Internacional da Menina, celebrado neste sábado, incorporam dados globais lançados ao longo do ano. Elas detalham o “impacto real” que a violência tem em adolescentes, seus futuros e estes de seus países e comunidades.

Entre as principais estatísticas, o documento afirma que cerca de 120 milhões de meninas com menos de 20 anos, uma em cada 10, já tiveram algum tipo de ato sexual forçado.

Mais de 700 milhões de mulheres no mundo hoje teriam se casado antes dos 18 anos. Mais de um terço delas, cerca de 250 milhões, entraram na união antes dos 15 anos de idade.

De acordo com o Unicef, uma em cada três adolescents casadas com idades entre 15 e 19 foi vítima de violência sexual, emocional ou física cometida por seus maridos ou parceiros.

Percepção

Os dados revelam percepções “prejudiciais” sobre a aceitação da violência, principalmente entre as meninas. Segundo o Unicef, em todo o mundo, quase metade das meninas entre 15 e 19 anos acreditam que há justificativa para um homem bater em sua esposa, ou parceira, sob certas circunstâncias.

Entre as razões citadas estariam a “recusa em fazer sexo, sair de casa sem permissão, negligenciar as crianças ou queimar o jantar”.

Unicef aponta ações específicas para prevenir violência contra meninas. Entre elas estão mantê-las na escola, mudar atitudes através de conversas nas comunidades e fortalecer os sistemas judicial, penal e social.