Especialistas da ONU apelam à Etiópia para não usar lei para restringir direitos
Pedido refere-se ao uso da legislação antiterrorismo para “coibir liberdade de expressão e associação” no país.
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Nesta quinta-feira, um grupo de especialistas em direitos humanos das Nações Unidas apelou ao governo da Etiópia que pare de fazer mau uso da legislação antiterrorismo para restringir as liberdades de expressão e associação no país.
Segundo o Escritório de Direitos Humanos, há relatos de detenções arbitrárias.
Recomendações
O pedido do grupo ocorre na véspera do país considerar uma série de recomendações feitas este ano por integrantes do Conselho de Direitos Humanos.
Este processo é igualmente aplicado aos 193 Estados-membros da ONU. As orientações têm como objetivo “melhorar a proteção e promoção dos direitos humanos no país”, incluindo no contexto de medidas contra terrorismo.
Jornalistas
Os especialistas apontam que “ainda estão a receber inúmeros relatos sobre como a lei anti-terrorismo está a ser utilizada para usar como alvo jornalistas, bloguistas, defensores de direitos humanos e políticos de oposição na Etiópia”.
Os peritos afirmam que “enfrentar o terrorismo é importante, mas deve ser feito em adesão aos direitos humanos internacionais para ser eficaz”. Sublinham ainda que as “disposições anti-terrorismo precisam ser bem definidas” na lei local e “não podem ser abusadas”.
Os relatores destacaram questões como “julgamentos injustos”, em que os réus muitas vezes “não tem acesso” a um advogado. Eles pediram que o governo da Etiópia “liberte todas as pessoas detidas arbitrariamente sob pretexto do combate ao terrorismo”.