Atriz visitou instalações de salvamento naval em Malta com o chefe do Acnur; agências de notícias informaram que 36 pessoas foram resgatadas no Mediterrâneo depois do naufrágio de um barco com 250 passageiros.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A atriz e enviada especial do Alto Comissariado para Refugiados, Acnur, Angelina Jolie, apelou ao “despertar para a escalada da crise” que envolve a morte de migrantes no mar Mediterrâneo.
A estrela de Hollywood diz haver uma ligação direta entre conflitos na Síria e noutros locais com o aumento de óbitos na área. Mais de 2,5 mil pessoas teriam afogado ou desaparecido este ano, a tentar fazer a travessia para a Europa. O Acnur estima que 2,2 mil casos ocorreram desde o início de junho.
Corpos
Este fim de semana foi marcado por relatos de novos naufrágios ao largo da costa do Egito e da Líbia.
No domingo, Jolie visitou sobreviventes de um dos incidentes e a sede de salvamento naval em Malta, acompanhada do alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres. Os migrantes foram levados para a capital maltesa, Valeta, após terem sido salvos pelas autoridades locais num navio comercial antes de serem levados à ilha.
Trípoli
Agências de notícias citam a marinha líbia dando conta de “muitos corpos a flutuar no mar”. Pelo menos 36 pessoas foram resgatadas, após o naufrágio de uma embarcação que transportava 250 pessoas a leste de Trípoli.
Os relatos dos media citam ainda o naufrágio de uma embarcação com até 500 pessoas ao largo da costa maltesa na semana passada.
Tragédias
Para Jolie é preciso entender que o desejo de encontrar refúgio leva as pessoas a “ar o temível passo e arriscar a vida dos seus filhos em embarcações lotadas e inseguras”.
Como problema maior, citou os números crescentes de deslocados por conflitos em todo o mundo, que agora situam-se em mais de 51 milhões.
Proteção
Para a atriz, caso não sejam combatidas as causas profundas desses conflitos, o número de refugiados que morrem ou são incapazes de encontrar proteção irá continuar a subir.
O chefe do Acnur pediu que a resposta europeia seja um esforço verdadeiramente coletivo com formas mais seguras de proteção. Para Guterres, é necessário manter uma forte capacidade de resgate de pessoas no mar, caso contrário mais vidas serão perdidas à porta do continente.
Recém-chegados
Este ano, estima-se que 130 mil pessoas tenham chegado à Europa por mar, mais do que o dobro dos 60 mil registrados em 2013. A Itália recebeu mais de 118 mil recém-chegados, na sua maioria resgatados no mar pela operação da marinha italiana denominada Mare Nostrum.
Guterres pediu alternativas legais de segurança destinada aos que fogem de conflitos e perseguições para que não sejam obrigados a tentar atravessar para a Europa por via marítima.
Estas incluem reassentamento, admissão com base em necessidades humanitárias, esquemas de patrocínio privado, acesso facilitado ao reagrupamento familiar e programas como visto de estudante ou de emprego.