“Era digital representa maior movimento de liberação já visto no mundo” BR

Vice-alta comissária de Direitos Humanos afirmou que período abriu as portas para a emancipação de milhões de pessoas; Flávia Pansieri alertou que apesar disso plataformas apresentam vulnerabilidades.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Conselho de Direitos Humanos debateu esta sexta-feira, em Genebra, o relatório sobre os direitos à privacidade dos cidadãos na era digital.
A vice-alta comissária para os Direitos Humanos, Flávia Pansieri, afirmou na abertura do encontro que para milhões de pessoas a era digital abriu as portas para a emancipação.
Liberação
Segundo ela, “esse período talvez seja o maior movimento de liberação já visto no mundo”.
Pansieri disse que mais de um milhão de pessoas participaram pela internet de um processo de consultas, dando ideias para a agenda de desenvolvimento pós-2015.
A vice-alta comissária explicou que as plataformas digitais, sejam elas internet, celulares ou tablets e Wifi, ainda estão vulneráveis a questões de segurança, interceptações e coleta de dados.
As autoridades estão preocupadas porque as práticas que exploram essas falhas foram expostas em todo o mundo
Ela declarou que a vigilância pode ter um impacto concreto nos direitos humanos e levar à tortura e outras formas de maus-tratos.
Legislação Nacional
O relatório mostra que em vários países, a falta de uma legislação nacional, de medidas de salvaguarda e de uma supervisão eficaz, contribuem para uma impunidade geral no caso de interferências no direito à privacidade.
O documento cita ainda a privacidade das pessoas em comunicações online. Segundo ele, os governos têm a obrigação de garantir a privacidade dos cidadãos através de leis contra a interferência ilegal e arbitrária.
Participaram do painel de debate no Conselho de Direitos Humanos cinco especialistas no assunto.
Tecnologia
Segundo eles, a tecnologia moderna pode ser usada para o bem e também para o mal, neste caso, as violações dos direitos humanos, em particular, o direito à privacidade.
Os especialistas afirmaram que o direito à privacidade representa uma parte fundamental da dignidade humana e garante a proteção de outros direitos humanos, como por exemplo, a liberdade de expressão.
Para o painel, os países são obrigados a proteger o direito à privacidade e de liberdade de expressão de todos os seus cidadãos.