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Cuba envia a Serra Leoa 165 médicos e enfermeiros para combater ébola

Foto: OMS/S. Bolton

Cuba envia a Serra Leoa 165 médicos e enfermeiros para combater ébola

Segundo Organização Mundial da Saúde, número de mortes pelo vírus subiu para 2,4 mil em toda África Ocidental.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cuba anunciou, esta sexta-feira, que vai enviar 165 profissionais de saúde para ajudar a conter o ébola na África Ocidental.

Falando a jornalistas, em Genebra, o ministro cubano da Saúde Pública, Roberto Morales Ojeda, disse que o grupo é composto por 62 médicos e 103 enfermeiros.

Resposta

O ministro cubano disse tratar-se de uma resposta ao apelo ao lançado pela Organização Mundial da Saúde, OMS, e pelo secretário-geral das Nações Unidas.

O grupo de profissionais será despachado para a Serra Leoa, “pelos antecedentes de operação de profissionais de saúde” no país africano. Neste momento, a Serra Leoa acolhe 23 médicos cubanos.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse que juntamente com a Guiné Conacri e a Libéria,  o país tem um número de pacientes a mover-se mais rápido do que a capacidade de atendimento.

Óbitos

A chefe da agência da ONU disse que o envio é o mais importante de especialistas à região. Ao todo, a doença já matou 2,4 mil pessoas na África Ocidental com 182 óbitos registados desde a segunda-feira. A mais recente atualização sobre o surto aponta para cerca de 4784 casos.

Para Chan, neste momento o mais importante são pessoas. Como explicou, há necessidade de pessoas certas “especialistas adequados e que sejam tratados de forma adequada para conter a transmissão.”

Especialistas

A responsável disse que cerca de 500 médicos estão na região. Explicou que estes não permanecem mais de um ou dois meses nos locais, e que devem passar por um rodízio devido às condições difíceis. Pelo menos 170 elementos de apoio incluem especialistas e agentes de logística.

A chefe da OMS destacou que na sua maioria, as infeções ocorrem durante os cuidados de doentes em casa por familiares sem cuidados adequados hospitalares. A outra via são as práticas tradicionais de enterro que envolvem o contacto com cadáveres altamente contagiosos.

Segurança

Chan apontou para a complexidade da operação ao mencionar a necessidade de comida, de abastecimento de água e segurança para que que os trabalhadores operem com maior confiança. Em resposta a uma questão de jornalista, Chan disse que trabalha com o CDC para manejar dados e cifras atualizadas.

A OMS reafirmou a necessidade de uma coordenação que inclua mais atores. A chefe da agência lembrou do roteiro para combater o ébola entre os próximos seis a nove meses para o qual pediu flexibilidade, incluindo aos países afetados, para facilitar as operações.