Preços dos alimentos caem e atingem nível mais baixo em quatro anos

FAO aponta queda de 3,6% em relação a julho; aumento da produção do trigo brasileiro destacado como fator da baixa do preço do cereal; preço da carne foi o único a não recuar.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Os preços dos alimentos voltaram a cair pelo quinto mês consecutivo em agosto, atingindo o seu nível mais baixo desde setembro de 2010.
A Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, anunciou esta quinta-feira que houve um decréscimo de 3,6% em relação a julho. O Índice dos Preços dos Alimentos fechou com uma média de 196,6 pontos.
Carne
O valor marca uma queda acentuada dos preços de todos os produtos medidos pelo índice à exceção da carne.
O Brasil é referido pela agência por ter aumentado significativamente a produção de trigo, ao lado da União Europeia e de países como Argentina, China, Índia e Rússia.
Entretanto, a Austrália, os Estados Unidos e o Canadá tiveram reduções na produção, no que é considerado outro ano recorde da produção de trigo.
Laticínios
Mas a liderar as quedas do Índice estiveram os laticínios, que baixaram 11,2% em relação ao mês anterior.
Por outro lado, os preços dos cereais baixaram 1,5% comparativamente a julho, e 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A FAO refere, entretanto, que o arroz contrariou a tendência dos cereais ao registar uma subida em agosto.
A razão apontada para o aumento foi a procura maior na importação associada à libertação de reservas inferiores às previsões na Tailândia e ao clima desfavorável que afeta algumas áreas asiáticas.