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Missão da ONU adverte que o “mundo assiste” aos combates na Líbia

Morador vive no meio de destroços na Líbia.Foto: Irin/Zahra Moloo

Missão da ONU adverte que o “mundo assiste” aos combates na Líbia

Apelo foi feito horas após confrontos que fizeram vários mortos e reféns no leste da capital, Trípoli; chefe da missão pede cessar-fogo e deplora bombardeamentos nas áreas afetadas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

O representante especial do secretário-geral da ONU na Líbia advertiu, esta quinta-feira, que todo o mundo está a assistir os confrontos no país.

Bernardino Leon lembrou às partes envolvidas que devem ter em conta o direito internacional, após citar combates ocorridos nesta quarta-feira. Os ataques tiveram lugar na área de Wershefana, a leste da capital Trípoli.

Confrontos 

O responsável deplorou os “bombardeamentos indiscriminados” e pediu um cessar-fogo total nas áreas onde se registam confrontos.

Pelo menos 100 mil líbios foram deslocados pelos combates. As Nações Unidas estimam que mais de 150 mil pessoas, incluindo vários trabalhadores migrantes, já deixaram o país nos útimos três anos.

Crimes 

Falando a jornalistas, na capital líbia, o representante disse que os atos podem ser considerados crimes de guerra e realçou que as partes “devem ter em mente que não se trata apenas de uma pequena luta tribal.”

O também chefe da Missão das Nações Unidas na Líbia, Unsmil, falou da possibilidade de a situação passar de relativa calma, como se observa atualmente, para uma retomada do processo político.

Para ele, as questões por detrás dos confrontos só podem ser resolvidas através de negociações “que a ONU está pronta para ajudar”.

Prisioneiros 

Leon pediu que os prisioneiros sejam contados e tratados de forma adequada, ao anunciar que as partes manifestaram disponibilidade para cooperar.

Ele disse que os envolvidos deram indicações de um compromisso com os princípios democráticos, no que considerou “uma rejeição muito clara ao terrorismo.” Mas, reconheceu haver mais trabalho por fazer ao falar da existência de uma certa distância por parte de alguns deles.

Além do contacto com líderes políticos, Leon abordou a liderança da Câmara dos Deputados na cidade portuária de Tobruk, a leste do país. O responsável ressaltou o apoio da ONU ao órgão “como a única autoridade legislativa no país.”