Chefe de assistência humanitária inicia visita de quatro dias ao Iraque
Valerie Amos se reunirá com autoridades para prestar assistência a 1,8 milhão de deslocados internos; Unicef quer mobilização internacional para ajudar crianças na volta às aulas.
Edgard Júnior, da Radio ONU em Nova York.*
A subsecretária-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, chega esta quinta-feira a Bagdá para coordenar operações de ajuda no Iraque.
Amos vai se reunir com autoridades iraquianas e curdas, e também visitar áreas onde os deslocados internos estão abrigados.
Objetivo
O objetivo é avaliar como as agências humanitárias das Nações Unidas poderão apoiar o governo a fornecer ajuda às pessoas necessitadas.
Com 1,8 milhão de deslocados internos desde o início do ano e a aproximação do inverno, as agências humanitárias e os parceiros locais continuam se preparando para prestar assistência.
Ao mesmo tempo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, pediu uma mobilização internacional urgente em apoio a crianças e jovens iraquianos na volta às aulas.
Futuro em Jogo
A diretora-geral da agência, Irina Bokova, disse que “o futuro de milhares de crianças e adolescentes está em jogo”. Segundo ela, “esse é o momento de ação, a educação não pode esperar”.
Bokova afirmou que por trás de uma tragédia humanitária, se aproxima uma crise oculta que vai atingir toda uma geração de jovens iraquianos.
O ano letivo no Iraque deve começar neste mês, mas milhares de crianças e adolescentes não terão condições de se matricularem. Não há instalações suficientes e mais de mil escolas atualmente estão servindo de abrigo para deslocados internos. Outras estão sendo usadas para fins militares.
País Jovem
Segundo o Unicef, o Iraque é um país jovem, metade da população tem menos de 20 anos. A crise afeta mais de 550 mil deslocados internos em idade escolar.
Muitas dessas crianças não fizeram as provas finais em junho por causa da violência e talvez não possam se matricular no próximo ano letivo. Além disso, a agência da ONU diz que muitos estudantes curdos talvez não tenham condições de voltar às aulas porque suas escolas estão servindo de abrigo.
Bokova afirmou que a educação deve estar entre as prioridades do governo. Para ela, a educação tem o poder de proteger e de dar esperança à população além de criar a base de uma estabilidade duradoura.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.