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Relatório da ONU aponta graves violações de direitos humanos na Líbia

Jovem líbia. Foto: ONU/Iason Foounten

Relatório da ONU aponta graves violações de direitos humanos na Líbia

Documento lançado esta quinta-feira foi elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a operação de paz da organização; documento dá um panorama de abusos contra população e alvos civis.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Um novo relatório das Nações Unidas, lançado nesta quinta-feira, alerta para “graves violações de direitos humanos e do direito internacional” que ocorrem nas cidades de Trípoli e Benghazi, na Líbia.

Segundo o documento, há “ sérias consequências” para a população civil e a infraestrutura do país do norte de África.

Abusos

O relatório foi elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a Missão de Apoio da ONU na Líbia, Unsmil.

O documento dá um panorama de abusos incluindo bombardeamentos e ataques a alvos civis que incluem hospitais. Entre as ações estão casos de sequestro, tortura e mortes de civis incluindo mulheres, crianças e estrangeiros.

Sequestros

Entre meados de maio e o fim de agosto, período coberto pelo documento, há relatos de dezenas de civis alegadamente sequestrados nestas cidades apenas pela sua filiação religiosa, familiar ou tribal. Estes continuam desaparecidos.

O relatório afirma que a proteção de civis deve ser prioridade e apela a todos os grupos armados que libertem ou entreguem à justiça os indivíduos que tenham sido detidos.

O documento menciona que líderes políticos e militares podem ser responsabilizados criminalmente não apenas por terem dado ordens para crimes, mas também porque os poderiam ter impedido e não o fizeram.

Deslocados

Desde 2011, a Unsmil estima que pelo menos 100 mil líbios foram deslocados pelos combates e que outros 150 mil tenham saído do país.

O documento também menciona o contínuo assédio e ataques contra jornalistas por todas as partes do confronto.

A Missão da ONU e o Escritório de Direitos Humanos apelaram a todos os lados do conflito que interrompam todos os confrontos armados e envolvam-se num diálogo político para criar um Estado baseado no respeito aos direitos humanos, democracia e Estado de Direito.

* Apresentação: Eleutério Guevane.