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ONU advertida da existência de células da Al-Qaeda na África Austral

Ban Ki-moon. Foto: ONU/Devra Berkowitz

ONU advertida da existência de células da Al-Qaeda na África Austral

Secretário-geral realça aumento de terrorismo e extremismo  no continente; receios é da influência do Estado Islâmico do Iraque e do Levante pelos fluxos de combatentes estrangeiros.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

O secretário-geral das Nações Unidas disse haver advertências a dar conta da operação de células da Al-Qaeda na África Austral.

A declaração de Ban Ki-moon consta do seu pronunciamento enviado para a Cimeira de Paz da União Africana e do Conselho de Segurança sobre o Terrorismo no continente, iniciada esta terça-feira em Nairobi.

Estado Islâmico 

A menção à região foi feita no alerta do chefe da ONU para o crescimento de grupos terroristas na Líbia. Ban citou a possível ameaça de alastramento do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, para regiões africanas através de fluxos de combatentes estrangeiros.

Para o chefe da ONU, regista-se um número crescente de países africanos afetados pelo terrorismo e o extremismo violento.

Somália 

O chefe de ONU afirmou que o maior desafio são os terroristas que reivindicam filiação com a Al-Qaeda. No leste de África, Ban disse que o al-Shabaab não é mais focado na Somália e ameaça a agenda de segurança em Djibuti, Quénia, Uganda e Tanzânia.

Ban citou as atividades da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, do Movimento para a Unidade e o Jihad na África Ocidental além de atuarem em áreas do Sahel.

Boko Haram 

Para Ban, o Boko Haram não é somente uma ameaça para a segurança na Nigéria mas é cada vez uma maior preocupação para os países vizinhos na área da Bacia do Lago Chade.

Já na África Central, o secretário-geral apontou a operação do Exército de Resistência do Senhor, apesar de uma redução nas capacidades e atividades no terreno.

Obrigações

Ban defende que para que as atividades antiterroristas sejam eficazes e legítimas devem ir de acordo com as obrigações dos Estados que estão previstas no direito internacional dos direitos humanos.

Para ele, as respostas desproporcionais e ilegais às ameaças terroristas são contraproducentes pela tendência de alimentar a própria radicalização que esses esforços pretendem extinguir.

O secretário-geral saudou a iniciativa do presidente norte-americano, Barack Obama, de convocar uma cimeira do Conselho de Segurança sobre o terrorismo e os combatentes estrangeiros. O evento deve ocorrer na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, a 25 de setembro.