Agência da ONU informou que doença já matou 1013 pessoas na África Ocidental; número de casos registrados na região subiu para mais de 1,8 mil.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde afirmou esta terça-feira que o ebola já matou 1013 pessoas na África Ocidental.
A agência da ONU informou que o número de casos registrados na Guiné-Conacri, Libéria, Nigéria e Serra Leoa aumentou para 1848. Somente entre 7 e 9 de agosto, as autoridades detectaram 69 novos casos e 52 mortes na região.
Ética
A Libéria tem o maior número de casos e a Guiné-Conacri registrou o maior número de mortes.
Nesse momento de epidemia, a OMS declarou também ser ético usar medicamentos experimentais em pacientes infectados com o vírus ebola.
De Genebra, em entrevista à Rádio ONU, a diretora-geral assistente da agência, Marie-Paulie Kieny, falou sobre o assunto.
Marie-Paulie cut 1
Segundo ela, “o fato de não existir atualmente um remédio contra o ebola representa um fracasso do mercado.” A especialista destacou ser um fracasso porque essa é uma doença tipicamente de pessoas pobres em países pobres onde não há mercado.
Kieny explicou que existem alguns tratamentos e vacinas que parecem promissores, mas não foram testados ainda ou estão em fase de testes clínicos.
Autorização
A equipe de especialistas da OMS que decidiu que o uso de medicamentos experimentais é ético, recomendou que os médicos obtenham uma autorização dos pacientes e dos familiares consentindo o tratamento.
A recomendação foi feita depois de dois trabalhadores de saúde recentemente infectados com o vírus da doença, terem recebido tratamentos ainda em fase experimental.
Segundo as autoridades, a autorização se faz necessária porque não se sabe ainda os efeitos colaterais que esses remédios possam causar nos pacientes.
Outro ponto importante é sobre a quantidade limitada desses novos medicamentos e sobre quem deve receber o tratamento.
O relatório final sobre a reunião vai ser divulgado ao público no dia 17 de agosto.