ONU vai abrir corredor humanitário no Iraque
Anúncio foi feito esta sexta-feira pelo representante do secretário-geral no país, Nickolay Mladenov; Organização Internacional para Migrações fala em 1 milhão de deslocados internos em todo o país.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
O representante do secretário-geral no Iraque anunciou que o escritório da ONU no país está “preparando com urgência um corredor humanitário” para que os civis deixem áreas de risco.
Nickolay Mladenov disse esta sexta-feira que itens de ajuda humanitária estão sendo lançados à população por via aérea. O representante elogiou a cooperação entre os governos do Iraque e do Curdistão e comunidade internacional na “ajuda para prevenir o genocídio e lutar contra o terrorismo”.
Deslocados
Para Mladenov, agora é o momento dos líderes políticos colocarem os interesses do Iraque à frente e pediu que o Conselho de Representantes finalize o processo de nomeação de um primeiro-ministro.
Segundo a Organização Internacional para Migrações, já são mais de 1 milhão de pessoas desalojadas em todo o Iraque, incluindo deslocados recentes pela crise em Ninewa.
O escritório da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos divulgou uma nota sobre a situação no norte do Iraque, destacando “grande preocupação com as minorias mais vulneráveis”.
Crimes contra a Humanidade
A equipe liderada por Navi Pillay cita os riscos para cristãos, yazidis e turcomenistãos. A preocupação maior é com a segurança física e a situação humanitária para um grande número de civis presos em áreas controladas pelo grupo Estado Islâmico, EI.
Segundo Pillay, ataques diretos contra civis devido a sua etnia, religião ou crença “podem ser crimes contra a humanidade”. O escritório da alta comissária diz que o EI e outros grupos armados devem respeitar o direito internacional, incluindo a obrigação de proteger os civis.
Na noite de quinta-feira, o Conselho de Segurança condenou os ataques realizados pelo Estado Islâmico na província de Ninewa, incluindo Sinjar e Tal Afar.
O órgão expressou “ultraje” com as centenas de milhares de iraquianos, em especial yazidis e cristãos, que fugiram de suas casas e agora precisam urgentemente de assistência humanitária.