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Acnur: aumento da violência na Líbia leva mais insegurança a refugiados BR

Civis da Eritreia e Somália em Bengazi. Foto: Acnur/L.Dobbs

Acnur: aumento da violência na Líbia leva mais insegurança a refugiados

Quase 37 mil pessoas estão registradas com a agência da ONU em Trípoli e Bengazi, sendo que muitas vivem em áreas danificadas pelos confrontos; civis da Eritreia e Somália pedem maior proteção.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, está “muito preocupado” com a segurança de refugiados e requerentes de asilo na Líbia.

Segundo a agência, a violência no país do norte da África está aumentando e afetando a vida de 37 mil pessoas registradas com o Acnur em Bengazi e Trípoli. Muitas vivem em áreas bastante danificadas pelos confrontos e não conseguem ir para locais mais seguros.

Telefonemas

A porta-voz informou, na terça-feira, que mais de 150 pessoas da Eritreia, da Somália e de outros países telefonaram para o Acnur pedindo ajuda com medicamentos e abrigo seguro em Trípoli.

Ariane Rummery destaca ainda que em Bengazi, a maior parte das ligações são feitas por refugiados sírios e palestinos. O Acnur trabalha com ONGs parceiras da Líbia para entregar assistência, mas lamenta que a situação esteja piorando rapidamente.

Agências de notícias destacam que milícias líbias estão em confrontos há várias semanas, tentando tomar o controle do aeroporto de Trípoli e dezenas de pessoas já teriam morrido.

Riscos no Mar

Aproximadamente 88 mil pessoas enfrentaram riscos pelo mar e chegaram à Itália este ano e deste total, 77 mil saíram da Líbia.

Somente na última semana, a agência recebeu relatos de 500 sírios que teriam utilizado três barcos para sair de Bengazi e podem estar enfrentando uma jornada perigosa e longa até a Europa.

Neste ano, mil migrantes morreram ao fazer a travessia do Mar Mediterrâneo, a maioria africanos. O Acnur pede às autoridades líbias que facilitem a saída das pessoas do país.

Aos governos do Egito e da Tunísia, o pedido é para que mantenham suas fronteiras abertas aos que tentam escapar da violência e buscam asilo internacional.

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