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Chefe da Unesco condena mortes de profissionais da imprensa em Gaza BR

Irina Bokova. Foto: ONU/Devra Berkowitz

Chefe da Unesco condena mortes de profissionais da imprensa em Gaza

Quatro pessoas morreram em incidentes no local na semana passada; organização pede também que escolas sejam mantidas fora do conflito.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York*

A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Irina Bokova, mencionou, neste domingo, grande preocupação com a morte de profissionais da imprensa e o dano feito a instalações da mídia durante o conflito em Gaza.

O fotógrafo da agência de notícias Palestine Network for Press and Media, Rami Rayan, o câmera da TV Al Aqsa, Sameh al-Aryan e o jornalista do jornal Al-Resalah, Mohamed Daher, morreram em 31 de julho. O apresentador da TV Palestine, Ahed Zaqout, perdeu a vida no dia anterior.

Civis

Segundo a chefe da Unesco, “é essencial que todos reconheçam o status dos jornalistas, que tem de ser capazes de fazer seu trabalho de nos manter informados sobre os eventos no local”. 

Ela afirmou ainda que, como estipulado em acordos internacionais, os jornalistas devem ser protegidos inclusive quando estiverem fazendo reportagens no local do conflito.

Segundo a organização, as afirmações de Bokova estão em conformidade com a Resolução 29, adotada pelos Estados membros da Unesco em 1997, chamada “Condenação de Violência contra Jornalistas”.

Escolas

Em outro comunicado, Irina Bokova defendeu que as escolas sejam mantidas fora do conflito.

Ela disse que a proteção destes locais “não pode esperar” e que isto é “essencial para a proteção de civis e pré-condição para começar a levar o sistema de educação de volta à normalidade assim que as circunstâncias permitirem”.

Apelo 

Na última sexta-feira, a ONU lançou um apelo para responder às urgentes necessidades humanitárias em Gaza. Segundo a Unesco, escolas estão na linha de frente da crise e um grande número de civis procurou abrigo e segurança nestas instalações, que estão superlotadas.

Ainda segundo a organização, pelo menos sete escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, servindo de abrigo foram atingidas, deixando civis mortos e feridos.

De acordo com a chefe da agência, “é fundamental que meninos e meninas, assim como a equipe, se sintam seguros na escola para, de fato, ensinar e aprender”. Ela disse que a continuidade da educação é “fundamental” para “conter mais violência e prevenir o agravamento da crise”.

Bokova afirmou ainda que “manter as escolas de qualquer uso militar é igualmente vital” e reiterou seu pedido a todos os lado para que façam isso.

O Apelo para a Crise em Gaza estima que serão precisos 11 milhões de dólares para responder às necessidades educacionais de emergência.

*Apresentação:Edgard Júnior