Crianças do Sudão do Sul com risco de escalada da má nutrição
Diretores do Unicef e do PMA visitaram Malakal e falam que o mundo não pode esperar “para que a fome seja anunciada” até tomar ação; quase 1 milhão de menores vão precisar de tratamento para desnutrição severa.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Os diretores executivos do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e do Programa Mundial de Alimentos, PMA, estão a fazer um alerta sobre os riscos de má nutrição em crianças sul-sudanesas.
Anthony Lake e Ertharin Cousin visitaram a cidade de Malakal, onde dezenas de milhares de pessoas estão refugiadas em bases da ONU.
Risco de Morte
Segundo os chefes do Unicef e do PMA, “as crianças do Sudão do Sul não podem esperar mais até que o mundo tome ação” nem esperar que seja declarada oficialmente a fome no país.
Quase 1 milhão de crianças menores de cinco anos de idade vão necessitar de tratamento para má nutrição severa este ano, de acordo com o Unicef e o PMA. E se o mundo falhar em fornecer a ajuda necessária, 50 mil crianças podem morrer.
Assistência
Lake e Cousin anunciaram ter conversado com mães que estão a lutar para que os seus filhos não morram, no meio de conflitos, deslocamentos e fome.
Os representantes pedem ação urgente para manter os menores vivos e afirmam temer que o mundo esteja a permitir uma repetição do que ocorreu na Somália e no Corno de África há três anos, quando houve anúncio oficial de fome.
O PMA, Unicef e parceiros no terreno estão a trabalhar de forma “incansável” para levar assistência aos que sofrem as consequências do conflito no Sudão do Sul.
Violência
Mas segundo Ertharin Cousin, para expandir de forma rápida as operações e salvar mais vidas, são necessários recursos adicionais e a comunidade internacional precisa agir de imediato.
Apesar do conflito estar focado em três estados do país, 3,9 milhões de pessoas enfrentam níveis alarmantes de insegurança alimentar e muitos não sabem quando poderão ter a próxima refeição.
As agências da ONU afirmam que o ciclo de violência no Sudão do Sul já deixou 1 milhão de desalojados, sendo metade crianças, e causou prejuízos aos serviços agrícolas e sociais. Além disso, a falta de acesso aos serviços de saúde, água e saneamento aumenta o alto risco de má nutrição severa para os sul-sudaneses.
*Apresentação: Denise Costa.