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Alunos de escolas públicas perdem um dia de aula por semana, diz Banco Mundial BR

Alunos de escolas públicas perdem um dia de aula por semana, diz Banco Mundial

Novo relatório é focado na América Latina e fala da importância dos professores no aprendizado dos estudantes; pesquisa envolveu em 3 mil escolas de sete países, incluindo o Brasil.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.*

Alunos de escolas públicas da América Latina e do Caribe perdem o equivalente a um dia de aula a cada semana. A informação está em um novo relatório do Banco Mundial, lançado nesta quinta-feira em Lima, no Peru.

O documento “Grandes Professores: Como Melhorar o Aprendizado dos Estudantes na América Latina e no Caribe” aponta que a razão seria a baixa eficiência dos docentes.

Pesquisa

Segundo o órgão, o relatório foi feito com base em uma pesquisa que envolveu observações em mais de 15 mil salas de aula em 3 mil escolas de sete países, incluindo o Brasil.

O trabalho aponta como razões para que os estudantes “percam oportunidades”, entre outras, “a má formação dos professores, seu baixo nível de competência e remuneração, assim como uma administração escolar ineficiente”.

O vice-presidente do Banco Mundial para a região, Jorge Familiar, falou da importância da qualidade da educação para a ampliação das oportunidades para os latino-americanos. Ele também destacou, de forma positiva, o protagonismo dos professores na questão.

De acordo com o órgão, “ a inovação, a competitividade, as reformas governamentais e a educação” são mencionadas como “mecanismos econômicos necessários para expandir a prosperidade”. A entidade defende ainda que “muito mais precisa ser feito para recrutar, formar e motivar grandes professores”.

Perfil

Segundo o relatório, os docentes latino-americanos atualmente têm baixos incentivos salariais, possuem mais educação formal do que outros profissionais e técnicos, e sua idade média está subindo.

O documento aponta também que 75% dos docentes da região são mulheres e que os estudantes que se especializam nesta área, em geral, pertencem a um nível socioeconômico mais baixo. A probabilidade de que seus pais não possuam diploma de ensino superior é maior.

Ainda de acordo com o trabalho, apesar de muitos países da região produzirem oferta excedente de novos docentes, é difícil encontrar professores “adequados ao ensino médio de matemática e ciências”, por exemplo.

Prioridades

De acordo com o Banco Mundial, os desafios para a região são “diversificados” e o relatório ajuda a “identificar prioridades.”

O documento elogia que a maioria dos países da América Latina e do Caribe esteja “concentrando o seu interesse na qualidade dos professores”. É mencionada também a experiência da região com “programas inovadores e grandes reformas” para recrutar, formar e motivar os docentes.

*Apresentação: Leda Letra.